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Estoques de fertilizantes têm leve queda

Os estoques de matérias-primas intermediárias para a produção de fertilizantes disponíveis nas indústrias confirmaram as expectativas e encerraram 2010 em um patamar ligeiramente inferior ao de 2009. Ainda que a diferença apurada seja mínima (0,5%), o resultado consolidou a recuperação do segmento depois da crise de 2008, quando uma paradeira no mercado – também influenciada pelos reflexos do debacle do banco Lehman Brothers nos EUA – enxugou o crédito, paralisou as vendas e ampliou os estoques.

Em 31 de dezembro daquele ano, apontam estatísticas da associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), os estoques alcançaram 6,404 milhões de toneladas, 45,6% a mais que no fim de 2007. As indústrias tiveram que carregá-los, e por conta disso tanto a produção nacional quanto as importações recuaram em 2009. Mas os estoques também diminuíram, para 3,470 milhões de toneladas em 31 de dezembro, e o movimento permitiu a recuperação do segmento em 2010.

Conforme a Anda, as entregas das misturadores de adubos – companhias que fabricam o produto final a partir da mistura de nutrientes – às revendas no país somaram 24,516 milhões de toneladas, 9,4% mais que em 2009, a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu 11,6%, para 9,340 milhões de toneladas, e as importações desses produtos atingiram 15,270 milhões de toneladas, um salto de 38,6% em relação ao ano anterior. As vendas se recuperaram, e a dependência das importações voltou a superar 60%, como tradicionalmente acontece.

Por ter entre os sócios empresas de capital aberto com ações negociadas em bolsa, a Anda não faz mais projeções. Mas, no segmento, a expectativa é de que 2011 seja mais um ano de crescimento, sobretudo em virtude dos preços elevados, nos mercados internacional e doméstico, da maior parte das commodities agrícolas produzidas no país, em um movimento que também tem valorizados as cotações do próprio insumo, que depende de derivados do nitrogênio e, por isso, guarda estreita relação com as oscilações do petróleo.

“Diferentemente do que aconteceu em 2009, os preços dos fertilizantes dispararam no fim de 2010”, afirmou recentemente ao Valor Alexandro Alves, assessor técnico para cana-de-açúcar e bioenergia da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Ele reforça informações da indústria de que há produtores de grãos do Estado que, capitalizados pela remuneradora colheita atual estão tentando antecipar as compras de fertilizantes visando o plantio da próxima safra de verão, que só começará em setembro no país.

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