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[Editorial] Por que a moagem pode ficar ainda menor

As projeções para a safra de cana-de-açúcar 2017/18 na região Centro-Sul indicam uma moagem entre 575 e 610 milhões de toneladas. São estimativas de consultorias especializadas.

Já a União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica) prevê 585 milhões de toneladas, 20 milhões abaixo da moagem realizada no Centro-Sul durante a temporada anterior.

As projeções costumam ser refeitas conforme avança o ritmo de moagem. Isso é comum durante o andamento da safra. Se há excesso de estiagem, a cana ganha em ATR e perde em volume. Se há chuvas inesperadas, como as registradas em maio último, o rumo é outro.

Áreas canavieiras dos estados de São Paulo, Minas Gerais e do Paraná registraram chuvas intensas na segunda quinzena de maio. Foram suficientes para a interrupção da moagem por um período de mais de três dias por unidade produtora.

Em algumas regiões do interior paulista, como a Noroeste, a média esperada para maio era de 73 milímetros, mas até o dia 21 havia chovido 95 mm, 30% acima do esperado. A informação é da Área de Hidráulica e Irrigação da Unesp de Ilha Solteira.

Não há um levantamento formal, mas a equipe do JornalCana apurou que pelo menos 50 unidades produtoras de São Paulo, Minas e do Paraná precisaram interromper a moagem por conta das chuvas de maio.

Considerando que as perdas pontuais de moagem chegam a 600 mil toneladas por dia, um fato não pode ser desprezado: dificilmente a moagem irá alcançar as 585 milhões de toneladas estimadas pela Unica.

O montante da estimativa é suficiente para a produção de 35,63 milhões de toneladas de açúcar e de 24,7 bilhões de litros de etanol pelas unidades espalhadas pela região Centro-Sul.

Mas é um montante apertado. Qualquer redução de volume de cana, por conta de incidência climática, coloca em risco as previsões – também apertadas – de produção do alimento e do biocombustível nesta safra.

Se o excesso de chuvas reduz as chances do Centro/Sul performar as estimativas de produção para esta safra, por outro lado também nos permite vislumbrar um crescimento na moagem para a safra 2018/19, seja pelo melhor desenvolvimento da planta, seja pelo volume de cana bisada que as usinas não conseguirão moer ainda nesta safra.

As chuvas, entretanto, podem trazer alento para as áreas canavieiras da região Nordeste do País. Em Alagoas, por exemplo, até no domingo, 21 de maio, havia chovido 286 mm. O volume, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), representa 84% da média histórica.

As chuvas em Alagoas podem favorecer a maturação da cana-de-açúcar, duramente penalizada pela estiagem dos últimos anos.

E assim, como quase sempre, segue a safra nas mãos das condições climáticas. Boa leitura!

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