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“É um efeito dominó”, diz presidente da Asplan

Responsável por cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB), o setor sucroalcooleiro enfrenta uma de suas maiores crises em todo o Brasil. Em Alagoas, o número de desempregados atinge um patamar cada vez maior, acompanhado do êxodo rural crescente, altas dívidas e fechamento de usinas – um “efeito dominó”, segundo informou o presidente da Associação dos Plantadores de Cana de Alagoas (Asplana), Edgar Filho, em entrevista ao Bom Dia Alagoas. Para debater e propor soluções para minimizar os efeitos da crise, representantes do setor se reúnem em audiência pública na Assembleia Legislativa do Estado (ALE) nesta terça-feira (30).

O presidente da Asplana comparou os efeitos da crise com o chamado “efeito dominó”. “Nós não estamos recebendo por nossa matéria prima. Nós plantamos, nós tratamos, mas não estamos recebendo. A última safra foi terrível. Tem fornecedores que não recebem há duas safras. A crise começa na usina, que não paga ao fornecedor, este não paga o trabalhador, que reflete em demissões, êxodo rural, inadimplência, usinas fechadas. É um efeito dominó, que atinge não só Alagoas, mas todo o Brasil”, disse.

De acordo com Edgar Filho, o principal intuito da audiência pública, a nível estadual, é cobrar a redução da alíquota do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do álcool. “Nós estamos passado por uma crise muito grande. Então, nós iremos nos reunir em assembleia para propor soluções, um delas é a redução do ICMS. O governador tem sido sensível sobre a causa, mas é preciso um novo posicionamento neste sentido, já que Alagoas cobra um custo muito alto sobre o etanol. Sem a redução da alíquota, as conseqüências são terríveis.”, disse Edgar Filho.

Temeroso, Edgar explicou que sem a redução do imposto, o número de desempregados pode aumentar ainda mais. “Nosso setor emprega mais de 100 mil fornecedores de cana e se não houver uma política federal e estadual, as demissões vão ser ainda maiores. Nós já temos 30% dos nossos trabalhadores demitidos e sem saber o que fazer, o que provoca um êxodo rural terrível, com graves conseqüências para todos”, informou ao acrescentar o erro do governo com a “segurada do preço da gasolina”. “É uma política errada que o governo vem fazendo com a segurada do preço da gasolina, já que o etanol ficou sem competitividade. As usinas começaram a produzir açúcar em quantidade muito grande e este açúcar se perdeu. Os usineiros estão sem remuneração e sem condições de nos pagar”, disse.

Edgar destacou a importância do setor. “O setor sucroalcooleiro é responsável por 20% do PIB. O que move a economia é o nosso setor, sempre foi e continua sendo. Se não ficarmos unidos, nosso estado vai sentir ainda mais, a sociedade vai sentir muito mais. A dívida das usinas é altíssima. E vai se acumulando. Mais de 50% das usinas do estado estão com dívidas com os fornecedores. Precisamos discutir a cadeia produtiva como um todo”, finalizou.

Fonte: (Cada minuto)

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