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Dinheiro de João Lyra em paraíso fiscal pode pagar dívida da Laginha

O resultado da investigação do Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) sobre dados da empresa de consultoria panamenha Mossack Fonseca trouxe o nome do ex-deputado federal e usineiro João Lyra como um dos políticos brasileiros que utilizavam paraísos fiscais para movimentar recursos.

De acordo com o que já chamam de ‘maior furo jornalístico da história’, na mesma época em que pediu à Justiça a recuperação judicial da Laginha Agro Industrial S/A, o usineiro foi nomeado procurador da Refill Trading Corp, companhia offshore aberta em janeiro de 2009 e que continuava ativa em março de 2015.

Tal fato pode ajudar autoridades a apurar se houve evasão de divisas da falida Laginha para os paraísos fiscais da Suíça e do Panamá.
Talvez com o objetivo de manter seu histórico distanciamento da tributação de sua fortuna, João Lyra utilizou a companhia criada no Panamá para também abrir uma conta no banco suíço privado Pictet, onde o usineiro é único signatário autorizado, de acordo com o levantamento do consórcio de jornalistas.

O levantamento do ICIJ, denominado Panama Papers, não cita valores que podem ter sido movimentados por João Lyra nos paraísos fiscais. Mas tais novidades dão às autoridades locais em Alagoas e no Brasil, principalmente as que têm o papel institucional de preservar a massa falida da Laginha, um ponto de partida que pode ser capaz de explicar e corrigir os gravíssimos problemas causados ao patrimônio do Grupo João Lyra, aos seus fornecedores e a funcionários e ex-funcionários.

Integrante do Ministério Público Estadual (MP) consultado pelo Blog do Davi Soares afirmou que as dificuldades de quitação do montante aproximado de R$ 2 bilhões da dívida da Laginha podem levar o MP e o Poder Judiciário a lançar mão do instituto jurídico da despersonalização, e migrar parte da responsabilidade pela falência da pessoa jurídica à pessoa física de João Lyra, em busca de recursos provenientes das cinco usinas produtoras de açúcar e álcool – três em Alagoas e duas e Minas Gerais.

“Já que o objetivo principal do processo de falência é buscar dinheiro para saldar os prejuízos dos credores da Massa Falida da Laginha, há a possibilidade de utilizar os convênios existentes entre Ministério Público do Brasil e autoridades suíças para saber a dimensão desse depósito de dinheiro que o empresário João Lyra manteve na Suíça. É uma possibilidade que deve ser buscada”, avaliou o integrante do MP, que preferiu não se identificar, por não atuar diretamente no caso.

Fonte: (Cada Minuto)

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