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Deságio de 16% no leilão de transmissão de energia “limpa”

O primeiro leilão de concessão de linhas de transmissão de energia para interligar 27 usinas de biomassa e pequenas centrais hidroelétricas (PCH) ao sistema interligado nacional (SIN) teve deságio médio de 16,15%. Os investimentos estão estimados em torno de R$ 1 bilhão.

Segundo Jerson Kelman, diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o resultado é animador em relação ao leilão das linhas de transmissão do rio Madeira, que será realizado amanhã. Para ele, o leilão foi mais do que um pregão de linhas de transmissão. “Trata-se de um arranjo que permite a implantação de usinas que queimam bagaço de cana no Estado de Goiás e no Mato Grosso do Sul e as linhas licitadas permitirão nesse momento que a energia produzida por essas usinas de cana-de-açúcar seja escoada”, disse.

A peculiaridade do leilão é unir nos mesmos lotes, de linhas que pertencem à Rede Básica, instalações de interesse exclusivo das centrais de geração para conexões compartilhadas (ICG) e de caráter exclusivo e individual das centrais de geração (IEG).

Segundo Kelman, foi necessário grande esforço por parte do setor de biomassa, com o apoio do governo e da Aneel, para viabilizar as usinas que estão na fronteira agrícola. “Foi necessário, portanto, que Aneel, EPE e Ministério de Minas e Energia ousassem em novos arranjos institucionais, que resultaram nesse leilão”, afirmou.

A companhia espanhola Cobra Instalaciones Y Servicios venceu o lote A, que contém linhas de transmissão e subestações da Rede Básica do ICG e do IEG, no Mato Grosso do Sul. O deságio ofertado pela Cobra foi de 18%, com receita anual de R$ 48,55 milhões.

O diretor da empresa Alfonso Brunner disse não se basear em deságios passados e considerou o ofertado satisfatório. “Nós continuamos apostando no Brasil”, disse. A empresa pretende utilizar financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de capital próprio, para a realização das obras, que deverão ficar prontas em 18 meses, assim como nos demais lotes.

A companhia brasileira Elecnor levou o lote B, com o menor deságio do leilão, de 10%. A receita anual será de R$ 34,767 milhões, após a construção de linhas de transmissão e subestações no Mato Grosso do Sul. O diretor da Elecnor, Rogério Campos Vieira, afirmou que também pretende utilizar-se de recursos do BNDES.

O maior deságio registrado no leilão foi do lote menos disputado, que recebeu somente duas propostas. O Consórcio Transenergia Renovável ofertou deságio de 19,14%, para receber receita anual de R$ 34,5 milhões, ante o máximo ofertado pela Aneel, de R$ 42,6 milhões. O consórcio é formado por Furnas, que detém 49% do negócio, Delta Construções, com 25,5% e Fuad Rassi, com 25,5%.

Biodiesel

O 12º Leilão de Biodiesel da Agência Nacional do Petróleo (ANP) resultou na venda de 330 milhões de litros do produto por 33 unidades produtoras. O preço de referência foi de R$ 2,40 por litro e o preço médio foi de R$ 2,38 no primeiro lote, de 264 milhões de litros, o que representa um deságio médio de 0,59%. No segundo lote, foram vendidos 66 milhões de litros, ao preço médio de R$ 2,39 e deságio médio de 0,41%.

A ADM de Mato Grosso, responsável por 14,9% das vendas, com 49,1 milhões de litros, foi a maior vendedora de biodiesel. As empresas do Mato Grosso venderam 24,5% (80,83 milhões de litros) do volume total do leilão.

Após um início conturbado com uma demanda bastante aquém da produção, o setor de biodiesel, que aproveita a boa fase após o B3, receberá mais um estímulo. Numa parceria entre iniciativa público-privada será construída no Município de São Carlos, em São Paulo, a Cidade da Bioenergia. O projeto será instalado em 2009 e ocupará uma área de 240 hectares.

O investimento será de R$ 80 milhões e inclui um parque permanente, com espaços para realização de negócios e exposições. Nesse local será realizada, a partir de 2010, a Agrishow, maior feira agrícola da América Latina.

O primeiro leilão de concessão de linhas de transmissão para interligar usinas de biomassa e centrais hidroelétricas teve deságio médio de 16,15%. Os investimentos são de R$ 1 bilhão.

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