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Crise leva usinas de cooperativa de Alagoas a pedir recuperação judicial

Usina Seresta

Sete usinas integrantes da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e do Álcool de Alagoas(CRPAAA) e mais duas empresas que atuam na exportação e manutenção da produção dos cooperados ingressaram nesta terça-feira (24) com pedido de Recuperação Judicial (RJ), junto à Justiça, solicitando prazo de carência para renegociar e pagar suas dívidas. A RJ substituiu, na legislação brasileira, a antiga concordata.

A Cooperativa reúne algumas das usinas mais importantes de Alagoas, mas as associadas que fazem parte do pedido de Recuperação Judicial são as usinas Seresta (da família do ex-governador Teotônio Vilela Filho), Sinimbu, Sumaúma, Penedo, Porto Rico, Porto Alegre e Capricho, além da Mecânica Pesada Continental S/A e a Coopertrading, respectivas responsáveis pela manutenção das usinas e pelas vendas da produção.

O valor do endividamento ainda não foi revelado, mas as estimativas são “preocupantes”, segundo alta fonte do setor. No final de 2016, por exemplo, pequenos produtores protestaram contra o calote de usineiros no pagamento de cerca de R$ 250 milhões pela cana fornecida há mais de três anos. Dos 7,4 mil produtores de cana alagoanos, 90% são pequenos fornecedores. Com as dificuldades financeiras, aliadas à sequência de estiagens, várias famílias estão vendendo suas terras para pagar empréstimos, enquanto as usinas recebem o que produzem antecipadamente e não pagam aos fornecedores.

A direção da Cooperativa reluta há meses na decisão de ingressar com o pedido de recuperação judicial, um recurso que evita a falência desde que se consiga demonstrar a viabilidade da empresa.

Agora, o juiz de Falências decidirá sobre o pedido após examinar o plano de recuperação indicado pela Cooperativa, do qual devem constar inclusive uma proposta de prazo de carência para iniciar o processo de renegociação de dívidas a partir de uma assembleia de credores. Os credores, inclusive, serão divididos em categorias, no processo de renegociação, quando serão definidas as novas datas de pagamento das dívidas vencidas.

História

A história da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (CRPAAA) tem início em 6 de outubro de 1933, quando foi constituída a Comissão de Vendas dos Usineiros de Alagoas.

Na primeira safra em que a Comissão de Vendas esteve à frente das negociações, de 19 de outubro 1933 a 30 de abril de 1934, foram produzidos em Alagoas 530.599 sacos de açúcar do tipo cristal e demerara.

Com o Decreto-lei 5.893, de 19 de outubro de 1943, do Governo Federal, regulamentando o funcionamento das cooperativas no país, a Comissão de Vendas foi substituída, em 17 de dezembro de 1943, pela a Cooperativa dos Usineiros de Alagoas.

Com criação da Cooperativa – que iniciou suas atividades em 10 de março de 1944 –, os produtores passam para um novo patamar, dispondo de uma estrutura mais organizada, com um Conselho de Administração e um Conselho Fiscal para organizar a produção de seus associados da maneira mais transparente possível.

Durante a gestão de João Evangelista da Costa Tenório (eleito diretor presidente em 22 de setembro de 1978) é realizada mais uma mudança de denominação. Em 6 de outubro de 1986, o nome completo passa a ser Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas (CRPAAA). E assim permanece até hoje.

Após ser reeleito ao longo de 21 anos para a presidência da CRPAAA, João Tenório é substituído, em 2009, por José Ribeiro Toledo Filho, atual diretor presidente da Cooperativa Regional dos Produtores de Açúcar e Álcool de Alagoas.

Fonte: Diário do Poder

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