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CPT denuncia agrotóxico na produção de cana-de-açúcar

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) do Paraná está encaminhando denúncias à Promotoria do Meio Ambiente, ao Instituto Ambiental do Paraná e à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento, contra Usinas de Álcool da região Norte do Paraná devido ao uso indiscriminado de agrotóxicos em fazendas de produção de cana-de-açúcar.

As denúncias partem de agricultores que têm suas propriedades atingidas, principalmente pelo herbicida 2.4-D e similares, usados para inibir a fotossíntese das culturas de folhas largas. Pulverizado por aviões sobre os canaviais o veneno se espalha sobre as propriedades vizinhas e atinge outras culturas, como a uva, o café, verduras e árvores frutíferas em geral.

O herbicida 2.4-D e similares são os produtos mais usados na agricultura há mais de 50 anos e deve ser aplicado dentro de estritas normas e técnicas de pulverização.

O presidente da Associação dos Produtores Orgânicos de S. Pedro do Ivaí, Milton de Paula, declarou ter perdido em 2002, praticamente toda a safra de melancia, afetada pelo herbicida. Maria José e José Carlos Miranda também estão tendo inúmeros prejuízos na horticultura, única fonte de renda do casal. O caso de Valdecir Dadalto também é grave.

Ele teria perdido mais de 5 mil pés de café a partir de 1998, quando o 2.4-D começou a atingir a sua propriedade. O agricultor diz ter financiado a plantação e teve que vender máquinas e implementos para pagar a dívida. Com os pés de café que restaram atingidos por várias doenças o agricultor não sabe a quem recorrer.

Segundo informações dos agricultores, os aviões sobrevoam as lavouras no início da manhã e no final da tarde. O veneno se espalha na atmosfera e atinge vários quilômetros em torno da área pulverizada.

Fiscalização – O chefe do escritório do IAP em Ivaiporã se comprometeu a acompanhar o caso, mas disse caber à Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento e ao próprio Ministério de Agricultura o licenciamento para a aplicação desses produtos. De outro lado, Arlei Macedo, engenheiro agrônomo da Defesa Sanitária Vegetal da Seab em Ivaiporã reconhece que são inúmeros os casos de reclamações de agricultores na região, citando o fato de que os municípios criam leis mas não as regulamentam, indicando, por exemplo, a autoridade municipal responsável pela fiscalização.

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