JornalCana

Controle de tráfego minimiza compactação em áreas mecanizadas

Renato Anselmi, de Campinas, SP

2014 - 05 - 28 Preparo profundo solo

A necessidade de maior controle de tráfego na área de cana, com o objetivo de evitar a compactação do solo, é uma das práticas conservacionistas recomendadas em consequência do crescimento da mecanização do plantio e da colheita, segundo Marcílio Martins Filho, que é vinculado ao Departamento de Solos e Adubos da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias da Unesp.

Se não forem adotadas medidas adequadas, a compactação provoca reduções superiores a 50% no volume de macroporos, os quais determinam a taxa de movimentação de água no solo – alerta.

Em decorrência dessa situação pode ocorrer um comprometimento da sustentabilidade e da produtividade agrícola das áreas de produção de cana-de-açúcar – ressalta. “A compactação excessiva pode reduzir a brotação da cultura ou dificultar a penetração das raízes no solo. Afeta ainda a disponibilidade de nutrientes e pode induzir a presença de sintomas de deficiências nutricionais na cultura de cana-de-açúcar”, exemplifica.

O controle do tráfego é também uma alternativa técnica de manejo da mecanização para evitar o aumento do escoamento superficial da água – observa.

“Deve ocorrer a separação de zonas de tráfego daquelas em que haverá o desenvolvimento da cultura, concentrando a passagem dos rodados em linhas específicas ou delimitadas. Essa técnica pode diminuir substancialmente a compactação do solo e o impacto desta sobre a produtividade da cultura de cana-de-açúcar”, diz.

De acordo com ele, o controle do escoamento superficial também pode se feito pelo aumento da cobertura da superfície do solo por resíduos de cana-de-açúcar. “Com 50% ou mais de área de solo coberta por resíduos de cana-de-açúcar em superfície, pode-se reduzir o escoamento superficial em até 63 % em comparação ao solo sem cobertura”, afirma Marcílio Martins Filho, que é também integrante do grupo de pesquisa CSME – Caracterização do Solo para Fins de Manejo Específico, da Unesp.

Esse grupo desenvolve – informa – diversos trabalhos na área de conservação do solo e da água em áreas de cana-de-açúcar, como: perdas de nutrientes por erosão em entressulcos e em sulcos; comprimento máximo ou crítico de canais ou sulcos em desnível; espaçamento ideal entre terraços “passantes” ou “travesseiros”; escoamento difuso no controle da erosão do solo em áreas sistematizadas.

Outro estudo está relacionado à quantidade de palha que deve ser deixada na superfície do solo no período pós-colheita da cana-de-açúcar. Há ainda uma pesquisa, em parceria com a Esalq/USP e a Embrapa, sobre a aquisição de informações detalhadas e sistemáticas sobre os atributos do solo para o seu preparo ou manejo para cultivo de cana-de-açúcar no Planalto Ocidental Paulista.

A matéria completa você acompanha na edição 251 do JornalCana.

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