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Consumo de etanol pode dobrar em Minas

2004-07-14 Etanol Alcool Destilaria Usina PedraA aprovação do Projeto de Lei 5494/2014, na última segunda-feira, que reduziu a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) incidente sobre o etanol hidratado de 19% para 14% trará novo fôlego ao setor sucroalcooleiro de Minas Gerais. A expectativa da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig) é de que a redução do imposto faça com que o etanol hidratado chegue aos postos com valores mais competitivos que a gasolina, combustível este que, com a aprovação do projeto, teve o ICMS elevado de 27% para 29%. O objetivo é dobrar o consumo de etanol em um ano. A lei, que será sancionada pelo governo estadual ainda em 2014, entrará em vigor em março de 2015.

A redução da alíquota é considerada fundamental para o segmento sucroenergético. Ao longo dos últimos anos, devido à política federal de favorecimento à gasolina, o setor vem enfrentando uma crise severa, que já provocou o fechamento de oito usinas produtoras de etanol só em Minas Gerais. Com o aumento da competitividade do combustível renovável frente ao fóssil, a demanda será impulsionada e o presidente-executivo da Siamig, Mário Campos, acredita que, no futuro, algumas das unidades que encerram as atividades nos últimos anos poderão ser reabertas.

“A redução do ICMS foi o pontapé inicial para a recuperação do setor sucroenergético de Minas Gerais. A medida foi comemorada pelos pelos produtores de todos o país. O Estado, que tem a segunda maior frota e é o terceiro maior produtor, será um exemplo a ser seguido, uma vez que a diferença entre o ICMS do etanol e o da gasolina é a maior do país. Com isso, esperamos incentivar o consumo do combustível renovável”.

Quando entrar em vigor, previsão março de 2015, a diferença entre as alíquotas do etanol e da gasolina será de 15 pontos percentuais, índice acima de São Paulo, onde a diferença, até então a maior do país, é de 13 pontos.

“Com a diferença de preços, a paridade entre os dois combustíveis ficaria em 66%, tornando o etanol mais competitivo. Acreditamos que Minas Gerais poderá, em um ano, dobrar o consumo de etanol hidratado. Neste ano, o consumo médio do combustível renovável no Estado está em torno de 750 milhões de litros. Em 2015, pretendemos ampliar para 1,5 bilhão por ano, volume que já é produzido pelas usinas instaladas em Minas”.

O uso do etanol é considerado pequeno em Minas. Para cada 100 litros de gasolina vendidos no Estado, são comercializados apenas 15 litros de etanol, volume muito inferior quando comparado a outros estados produtores como São Paulo, por exemplo, onde para cada 100 litros de gasolina são vendidos 60 de etanol. Com a mudança no ICMS, a expectativa é elevar a demanda por etanol e atingir entre 30 litros e 40 litros do combustível para cada 100 litros de gasolina, chegando ao recorde atingido em 2009, quando não existiam políticas de manutenção dos preços da gasolina e o etanol era competitivo.

Estoques – Com a possibilidade de aumento da demanda, Campos garante que os estoques de etanol em Minas serão suficientes para atender os consumidores. “O consumo do etanol ainda é pequeno em relação à produção. Por isso, estamos com os estoques elevados. Além disso, como a lei entra em vigor 90 dias após ser sancionada pelo governador, acreditamos que o impacto comece a acontecer em março de 2015, período em que se inicia a safra 2015/16 de cana-de-açúcar no Estado”, disse.

O presidente do Siamig acredita que a produção de etanol poderá ser ampliada nos próximos anos. “A redução do ICMS é um incentivo grande para que possamos, no futuro próximo, aumentar nossa produção, já que as usinas operam com ociosidade. Outra medida fundamental para estimular as usinas é a aprovação do aumento do percentual do etanol anidro na gasolina para 27,5%, que esperamos ser aprovado, em breve, pelo governo federal”.

Campos acrescenta que “investir em políticas que estimulem o uso do combustível renovável é fundamental para a geração de empregos, renda, impostos e de novos investimentos no interior do Estado”. “Também beneficia o meio ambiente, já que incentiva a produção e consumo de um combustível limpo e renovável”.

(Fonte: Diário do Comércio)

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