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Comércio exterior

A eliminação da União Européia do comércio mundial de açúcar irá fornecer um forte impulso sustentado para o mercado nos próximos anos, disse um analista sênior do mercado nesta terça-feira.

Michael Liddiard, da Kingsman Americas, disse em um documento no primeiro seminário anual do açúcar da bolsa de Nova York (Nybot), que o veredito da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra o regime de açúcar da UE é a “mudança maior e mais fundamental” no mercado.

“É um fator complexo”, disse ele à Reuters em uma entrevista. “Você remove entre 5 e 6 milhões de toneladas do lado da oferta. Isso é fundamental e isso é todo ano, sem considerar o preço.”

O comércio mundial de açúcar por ano normalmente alcança 45 milhões de toneladas e a UE se tornou rival do principal produtor, o Brasil, como exportadora do açúcar.

Produtores rivais reclamaram amargamente sobre os generosos subsídios da UE para o açúcar produzido no bloco, permitindo ao grupo vender o produto a níveis que colocam todos, menos os brasileiros, fora do negócio, disseram analistas.

Após uma reclamação ter sido feita por Brasil, Austrália e Tailândia, a OMC disse que os subsídios da UE para o açúcar violavam as regras do comércio mundial.

Liddiard disse que a remoção da UE da equação é um fator permanete e não é parecido com o aumento dos preços causado pela diversificação da cana no Brasil para a produção de álcool, dadas as grandes altas nos preços do petróleo.

Os preços do açúcar atingiram uma máxima de 25 anos para US$ 0,1973, com base no primeiro contrato na Nybot, no início de fevereiro. A maioria dos operadores apontou o fator álcool como um catalisador principal por trás da forte alta.

“O álcool é uma combinação de diferentes commodities e diferentes preços. Eles são voláteis”, disse Liddiard.

“O açúcar vindo da UE, por sua vez, não está mais lá. Nos próximos cinco anos, a UE vai exportar 50 milhões de toneladas (de açúcar) a menos”, explicou, acrescentando que o bloco “está acabado como importante fator no mercado mundial”.

Para ele, a UE pode até mesmo se tornar importador líquido do produto.

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