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Com dificuldades, destilaria do MS continua safra para cumprir compromissos

A safra 2010/2011 da Destilaria Centro Oeste Iguatemi – Dcoil, do Mato Grosso do Sul, iniciada em 1º de março do ano passado, ainda está em curso somente para cumprir os compromissos assumidos ao longo do ano. A informação é de Edílson Silva, supervisor de produção e qualidade da Destilaria, ressaltando que ao operar com dificuldades financeiras, a qualidade da matéria-prima foi comprometida e gerou uma série de problemas. “Os tratos culturais foram subtraídos e faltaram adubos, corretivos de solo, e também a cana foi cortada antes de completar o ciclo de maturação”.

Segundo ele, a produtividade agrícola média, por conta da dificuldade climática e por problemas de manejo, está entre 50 e 70 toneladas por ha, e dependendo da variedade e da colheita na época certa, pode-se chegar a uma média entre 80 e 100 ton/ha.

O supervisor estima que as dificuldades devam perdurar ainda por mais duas safras, até a empresa conseguir um financiamento.

De acordo com ele, por conta da crise, a unidade teve que interromper a moagem da safra atual para uma manutenção fora de época entre julho e agosto de 2010. “Paramos no melhor momento de moagem, por conta de dificuldades financeiras, mas esperamos encerrar a safra nos próximos dias para cumprir encomendas de hidratado”, diz.

A produção dessa safra deve chegar a 43 milhões de litros de etanol e a moagem atingir, 600 mil toneladas. A idéia é finalizar essa safra e parar por algum tempo para manutenção para retornar em junho e finalizar a safra 2011/2012 em dezembro deste ano. “O canavial está desajustado, com ciclo de maturação alterado por isso pretendemos corrigir essa operação para que na safra 2012/2013, a usina tenha uma condição mais favorável”, enfatiza.

A empresa surgiu em 2006, de uma planta desativada do Paraná, que foi transportada para o Mato Grosso do Sul. “Infelizmente quando começamos, percebemos que o canavial plantado não era adequado às condições de moagem da indústria. Então quando se antecipa muito a safra acaba-se moendo cana com uma taxa de açúcar baixa, e isso virou um ciclo vicioso. Por isso não conseguimos um bom rendimento”, frisa ele.

A taxa de açúcar será finalizada com uma ATR de 126 kg por tonelada, contra uma média de 140, e que pode chegar a 160. “Isso me daria um bom rendimento e conseguiríamos pagar todas as contas”, explica.

Outro ponto negativo, foi a venda de etanol muito antecipada e consequentemente, por um preço mais baixo. “Dessa forma o preço de venda não cobriu os custos de produção”, lembra.

Outro detalhe importante é a falta de estoques. “Já começamos com dificuldades e por falta de escala de produção, não conseguimos estocar o produto”, explica.

A área agrícola passa por muitos problemas que atingem a indústria. O aproveitamento do tempo de moagem na empresa está em 58% quando o ideal seria acima de 65%, segundo Silva. “Há dificuldades de colheita mecanizada por muitas quebras, quebras na indústria, faltam caminhões, uma soma de fatores que acaba resultando nessa realidade. Algumas perdas por problemas climáticos, não há como resolver, mas as outras são possíveis administrar através equipamentos mais resistentes, mais robustos, e uma manutenção preventiva e que não temos condições de realizar por enquanto, devido a crise financeira”, afirma.

Nessa safra a unidade conseguiu produzir 72 litros por toneladas de cana, contra uma média de 80 litros por toneladas, conquistada em 2009/2010.

Para 2011/2012, a empresa espera moer entre 400 a 450 mil toneladas e produzir, 34 milhões de litros de etanol. “Para uma quantidade de cana menor é preciso fazer uma safra mais curta, inclusive para aproveitar o melhor momento da cana. O indicador mais importante é o rendimento, por isso operando com um rendimento maior, o custo de produção fatalmente vai cair e o aproveitamento de tempo de moagem ficará em 75%. Estamos muito limitados ainda, mas na medida do possível pretendemos melhorar essa realidade”, finaliza.

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