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Colheita da cana-de-açúcar chega a 63% de mecanização

A área colhida de cana-de-açúcar por meio de máquinas e sem a necessidade da queima da palha deve atingir 63% da área total no Estado de São Paulo na safra 2010/2011, ante os 55% da safra anterior, afirmou a Secretaria do Meio Ambiente do Estado. Apesar disso os pequenos fornecedores de cana do estado, ainda estão as voltas para formar cooperativas ou blocos de trabalho para atender a determinação do Protocolo Agroambiental.

Nesta safra 2010/2011, a expectativa do setor é que a área total colhida no estado paulista obtenha um incremento de 15% e ultrapasse a casa dos 5 milhões de toneladas, já que estiagem favoreceu o avanço do trabalho de campo e praticamente não houve a chamada cana bisada, aquela que é deixada no campo para a outra safra. A colheita mecani zada deve superar os 3 milhões de hectares, ante os 2,42 milhões vistos na safra anterior.

A meta estipulada pelo Protocolo Agroambiental é que para áreas mecanizáveis, ou seja, que possuam declive inferior a 12% a cana seja colhida totalmente por máquinas até 2014. Para áreas onde a inclinação supera essa exigência o prazo definido é 2017. Para o especialista do setor sucroalcooleiro da usina Santa Cruz, João Pereira Pinto, considerando a meta estipulada pelo governo paulista, que até 2010, as áreas mecanizáveis deveriam possuir 70% das colheitas realizadas por máquinas, e para áreas mais complicadas 30%, o setor está muito além do definido. “Considerando as duas metas, teríamos uma média ponderada de 54%. Assim, 63% obtidos representam uma grande vitória tanto das usinas, quanto dos produtores que estão muito engajados em atender essa determinação.”

Apesar de todo o otimismo e comemoração do setor, a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana) afirmou que os resultados ainda refletem uma realidade distante dos pequenos fornecedores de cana. Segundo Maria Christina Pacheco, vice-presidente da entidade, os grandes produtores possuem maquinários próprios, alguns médios formaram cooperativas para uso de máquinas em conjunto, uma pequena parcela comercializa com as usinas, a cana em pé, e por fim os pequenos produtores, que além de não possuírem recursos para formar uma cooperativa, não possuem áreas com extensão suficiente para uso de uma maquina.

Segundo ela, a solução para este problema é a criação de blocos de colheita, que consiste na união de áreas de diferentes produtores para a formação de um terreno maior, onde as máquinas possam operar. “Vamos dizer que a declividade não é o maior dos problemas, o maior problema ainda é o tamanho das propriedades, que impossibilita a entrada das máquinas. Então esse caso pode ser resolvido com a formação de bl ocos de propriedades diferentes. Entretanto a grande dificuldade está em juntar os produtores em blocos para que a cana seja colhida em mais de uma propriedade ao mesmo tempo”, frisou.

Maria contou que a razão apontada pelos pequenos fornecedores para o adiamento dessa decisão, é o alinhamento das safras em diferentes propriedades, ou seja, a data de plantio, a qualidade da semente, a data de colheita entre outros. “Estamos encontrando grande dificuldade, pois até então eles plantavam a variedade que queriam, colhiam quando achavam melhor e definiam toda a sua logística. Quando trabalhamos em bloco temos que definir em conjunto, quando e como plantar, qual a variedade para colheita em apenas uma época. Além disso, eles terão que tirar a cerca para formar esse grande bloco, o que dificulta ainda mais as negociações”, finalizou Maria, que acredita que até 2017 tudo estará resolvido.

Preços

Já em relação aos preços da cana-de-açúcar, na média os valores da tonelada do produto subiram 2,9% no mês passado. As maiores variações mensais registradas foram verificadas na Paraíba e em Pernambuco, com alta de 4,8%. Na Região Centro-Sul, os preços subiram 2%. Os dados constam do boletim mensal “Custos e Preços” para a cana-de-açúcar, divulgado hoje pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

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