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‘Ciclo positivo’ das usinas de cana mira os fornecedores de serviços

O ‘ciclo positivo’ do setor sucroenergético, que Alexandre Figliolino, diretor de Agronegócio do Itaú BBA, projeta para a partir de 2016, deve também chegar a parte dos fornecedores das usinas de cana-de-açúcar.

O projetado ‘ciclo positivo’ reflete o mercado mundial de açúcar, que em 2016 conviverá com déficit de produção e alta vegetativa de consumo, enquanto o mercado doméstico brasileiro de etanol seguirá em alta.

Delcy Mac Cruz e Alessandro Reis, produtores de conteúdo do Portal Jornal Cana, contataram nesta quarta-feira (28/10) fornecedores que expõem e estão presentes no 16º seminário A Usina da Recuperação, realizado pela Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil (STAB) entre a quarta-feira e esta quinta-feira (29/10) em Ribeirão Preto (SP). 

O seminário da STAB conta com 24 expositores que também patrocinam o evento, fora executivos de empresas fornecedoras de usinas presentes às rodadas de palestras.

A maioria dos fornecedores ouvidos pelo Portal JornalCana concorda que os contratos de prestação de serviços para as usinas sucroenergéticas registram aumento. É que o período entre setembro e outubro é tradicionalmente o mais procurado pelas usinas para cotação de serviços de reforma e manutenção para a próxima entressafra.

Diante a crise econômica que abate o setor sucroenergético há seis anos, os investimentos em reforma e manutenção foram reduzidos. Mas o cenário menos instável para a safra de cana-de-açúcar 2016/17 ampliou em no mínimo 20% a procura de contratos junto aos fornecedores.

As usinas ampliam a procura de serviços de reforma para a próxima entressafra
As usinas ampliam a procura de serviços de reforma para a próxima entressafra

Ociosidade

Não significa que os 20% de procura maior sejam revertidos em contratos assinados. Mas já comprova que as companhias sucroenergéticas pretendem afastar a ociosidade para a safra 16/17, que terá cana bisada do ciclo em andamento e mais oferta de matéria-prima por conta de renovação de canaviais e mesmo de plantios.

A próxima entressafra também será mais curta, já que muitas das usinas de cana da região Centro-Sul do País pretendem moer até dezembro e iniciar o próximo ciclo já em abril de 2016. Esse tempo menor apressa a cotação de serviços junto aos fornecedores.

Marcos Martins, coordenador de vendas bioenergia da Zanini Renk, estima que sua empresa deverá atender a 90 usinas de cana-de-açúcar na próxima entressafra. O número é 10% superior ao de unidades sucronergéticas atendidas na entressafra desse ano.

Já Hilário Moreira, executivo de vendas da Simisa, revela que deverá prestar serviços de reforma a 40 usinas de cana do Centro-Sul na próxima entressafra. Geralmente a fornecedora de bens e serviços atende a 30 usinas durante a parada da moagem.

Cogeração

Além da entressafra em si, o leilão de compra de energia elétrica, que o Governo federal prevê para fevereiro do próximo ano, também aquece o mercado dos fornecedores. O executivo da área comercial da alemã Siemens, que pediu para não ser identificado, revela ter realizado 40 sondagens de termelétricas de usinas que irão participar do leilão, que conta com pouco mais de 60 projetos de biomassa inscritos.

“Se esses que nos procurarem conseguirem vencer no leilão, certamente virão nos procurar para efetivar negócio”, disse o executivo, lembrando que sua empresa fornece turbinas.

 

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