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Cana: nova ferrugem ganha noticiário, mas não é novidade. Foi apresentada em 2015

A mídia dá destaque desde sábado (28/01) para o fungo Macruropyxis fulva, causador de ferrugem em cana-de-açúcar. A divulgação da nova praga canavieira se dá a partir de sua descrição em artigo, publicado em janeiro de 2017, na revista Australasian Plant Pathology.

Leia aqui sobre a ‘novidade.

JornalCana apurou, no entanto, que o fungo não é novidade no setor sucroenergético mundial. E que já foi motivo de alerta em 2015 na Carta Informativa do Centro de Investigação de Cana-de-Açúcar do Equador (Cincae), divisão da Fundação para a Investigação Açucareira do Equador (Fiade).

Conforme especialistas agrícolas ouvidos pelo JornalCana, o ‘novo’ fungo deve preocupar o setor sucroenergético brasileiro não pelo alerta da novidade em si, mas porque passados quase dois anos de sua divulgação e ainda não foram tomadas medidas eficazes para evitar sua entrada no Brasil.

Na publicação do Cincae, divulgada em julho de 2015, os técnicos informavam que um novo parasita da cana-de-açúcar foi identificado na África do Sul.

Classificada como Macruropyxis fulva, essa enfermidade é geneticamente diferente das encontradas no café e na laranja. Já em 2015, conforme o Cincae, técnicos sucroenergéticos africanos desenvolviam técnicas de diagnosticar as condições ambientais de germinação da praga. Esse trabalho estava então a cargo do Instituto de Pesquisa de Cana da África do Sul (Sasri).

Trecho do documento do Equador de 2015

Já o noticiário que agora ganha destaque, a partir da publicação da revista Australasian Plant Pathology, avalia amostras da cana originárias do sul do continente africano e consistiram de folhas apresentando sintomas de ferrugem em ambas as faces, com características diferentes de outras ferrugens da cultura.

‘Nova’

Segundo a revista, análises moleculares comparativas com outras espécies de fungos confirmaram que se tratava de uma nova espécie. Além de cana-de-açúcar, Macruropyxis fulva foi relatada também desenvolvendo-se na gramínea Miscanthus ecklonii. Até onde se saiba, ela está restrita a Swaizilândia e África do Sul, pelo menos por enquanto.

Clique aqui para ler (em inglês) o artigo na revista Australasian Plant Pathology. 

 

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