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Cana fortalece a economia e o uso da terra do Mato Grosso do Sul, revela organização dos EUA

msA indústria da cana-de-açúcar fortalece a economia do Mato Grosso do Sul, revela recém-divulgado estudo da organização norte-americana Climate Policy Initiative (CPI) e do Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio.

Segundo o levantamento, o setor sucroenergético matogrossense gera impactos positivos sobre o crescimento econômico local, mas também no uso da terra, além de ter reduzido o desmatamento em municípios do estado.

“Entre 2005 e 2012, a área cultivada aumentou em 70%, quadruplicando no estado do Mato Grosso do Sul, que é uma importante fronteira agrícola para a expansão dessa cultura”, diz o estudo.

No entanto, apesar de o Brasil ser o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo e o segundo maior produtor e exportador de etanol, pouco se sabe a respeito do impacto das usinas nas áreas rurais onde foram instaladas. A CPI e o Núcleo da PUC-Rio realizaram o estudo para investigar a situação por meio do projeto denominado Input. 

A análise revela a importância da indústria sucroenergética na remodelação da estrutura econômica dos municípios onde estão situadas. Três anos após a chegada das usinas ao Mato Grosso do Sul, houve um aumento médio de 30% do PIB, devido a ganhos nos setores de agricultura (65%), indústria (45%) e serviços (13%).

As novas usinas também provocaram crescimento de 10% da população e aumento de 31% das receitas fiscais., revela o trabalho.

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Uso da terra

O estudo também indica que as usinas provocaram uma modificação no uso da terra, com aumento das áreas de cana, diminuição das áreas de pastagem e crescimento da produtividade da soja e do milho.

A maior demanda por terra para o cultivo da cana foi motivada pelo grande crescimento da produção de etanol. Somado a isso, três anos após a entrada das usinas,houve redução média de 27 mil cabeças de gado e diminuição do emprego no setor pecuário nos municípios do Mato Grosso do Sul.

Outro importante ponto observado é que, três anos após a instalação das usinas, o desmatamento diminuiu em 6,3 mil hectares, em média.

Segundo os pesquisadores do CPI, isso aconteceu porque os ganhos em produtividade podem ter reduzido a demanda por novas áreas para a agropecuária. Outro possível motivo é que a chegada das usinas pode ter sido acompanhada por melhorias na fiscalização e no cumprimento das leis – ou porque as usinas pertencem a grandes empresas, cujos impactos ambientais estão mais expostos à verificação por parte de investidores e da mídia, ou porque estes municípios ganham maior visibilidade econômica.

Juliano Assunção, diretor do CPI e professor do Departamento de Economia da PUC-Rio, ressalta: “os municípios do Mato Grosso do Sul que receberam as novas usinas conquistaram grandes ganhos econômicos, gerados por investimentos privados. Isso mostra que não somente essas localidades, mas também a economia brasileira de forma geral, podem se beneficiar muito com a crescente demanda mundial por produtos à base de cana-de-açúcar.”

Sobre o Climate Policy Initiative

Com sede em São Francisco, o Climate Policy Initiative (CPI) tem como objetivo ajudar o crescimento dos países em questões que envolvem escassez de recursos naturais associados às mudanças climáticas. No Brasil, está associado ao Núcleo de Avaliação de Políticas Climáticas da PUC-Rio (NAPC/PUC-Rio). A organização é formada por analistas e consultores que trabalham para melhorar as políticas de energia e uso de terra, com foco em finanças. O CPI está presente em locais onde a política tem um grande impacto nessas questões, como Europa, Brasil, China, Índia, Indonésia e Estados Unidos. http://climatepolicyinitiative.org/

 

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