JornalCana

Caeté, do Grupo Carlos Lyra, é a mais lucrativa

A quantas andam os desempenhos e performances das usinas brasileiras? A julgar por seus balanços publicados ou por levantamentos feitos por mídias especializadas, como a Procana Centro de Informações Sucroalcooleiras e os jornais Gazeta Mercantil e Valor Econômico, ao se contrapor a receita líquida destas empresas em relação ao seu patrimônio líquido e lucro líquido (veja quadro na página ao lado) descobre-se que nem sempre as que aparecem nas primeiras posições em certo quesito são automaticamente maiorais em outro.

O JornalCana avaliou três itens importantes — receita, patrimônio e lucro líquidos em 2001 — de 106 usinas do País e publica na página seguinte quadro com as 50 que mais faturaram. Os números de dois ou três dígitos que acompanham os itens mostram a posição no ranking das empresas. A Cosan, por exemplo, aparece em primeiro lugar no item receita líquida, tem o sexto patrimônio líquido do setor e está em nono lugar em lucro líquido. A Usina Caeté, de Alagoas, aparece em segundo lugar na receita mas está em primeiro nos itens patrimônio e lucro líquidos.

Engana-se, entretanto, quem julgar estas empresas apenas pela imponência ou eventual timidez do números. Especialistas como Estefan George Haddad, da Trevisan Consultores, ressalvam que números publicados oficialmente nem sempre refletem a realidade das empresas.

—É preciso olhar como é formado o patrimônio — alerta Haddad. “Não raro, no exercício, uma empresa recebe um crédito adicional, um prêmio de IPI ou incentivos fiscais que, contabilizados, aumentam o patrimônio líquido. Isto significa que muitas vezes o lucro líquido anunciado é irreal”.

Rubens Ometto Silveira Mello, presidente do Grupo Cosan/FBA, concorda com a explicação de Haddad. “Nosso grupo cresce mais que outros e, em decorrência tem uma despesa financeira maior porque as aquisições absorvem parte do lucro”.

Vitório Tararam, executivo da Cosan, explica que além dos recursos próprios o Grupo usa recursos de terceiros nas aquisições de novas unidades e com isto os resultados inicialmente são afetados negativamente. Primeiro, diz, pelas despesas financeiras dos empréstimos necessários às aquisições e, num segundo momento pelo re-investimento dos lucros gerados pelas antigas unidades. Outro fator que esconde o lucro e apontado por Vitório como importante é que a Cosan tem por filosofia “limpar” os balanços das empresas adquiridas e isso afeta os lucros do exercício.

O Grupo Cosan/FBA é apontado pelos consultores como um dos destaques no setor. “Por sua agressividade a Cosan está formando um grupo sólido de usinas e com isso terá fatia maior do mercado”, afirma Estefan Haddad.

Consultores destacam eficiência dos grupos do Nordeste – Este é o terceiro ano consecutivo de bons lucros da Caeté. Em 1999, o lucro líquido das 5 usinas foi de R$ 4.055.000,00. No ano 2000, com a aquisição de outra unidade em Delta, a maior do Grupo, contabilizou lucro líquido de R$ 38.350.000,00 e em 2001 alcançou o fabuloso lucro líquido de R$ 81.393.000,00.

O bom resultado da Usina Caeté é atribuido pelo Grupo Carlos Lyra ao desempenho de todo o segmento em 2001no mercado, que apresentou preços bastante remuneradores para o açúcar e o álcool.

Para o presidente do Grupo, o industrial Carlos Lyra, além das boas perspectivas que se configuram para o setor, os investimentos realizados, na ordem de R$ 99 milhões, foram responsáveis pelo crescimento da Usina Caeté. “Foi um ano excepcional em termos de rendimento, mas o trabalho de equipe também contribuiu para os resultados obtidos”.

Todo o Nordeste merece destaque. Os grupos Carlos Lyra, Tércio Wanderley, José Pessoa e João Lyra estão aplicando seus lucros em investimentos fora de suas regiões tradicionais, como o Triângulo Mineiro, Mato Grosso e São Paulo.

Na opinião do advogado e consultor Nelson Lombardi o desempenho econômico é fator preponderante na lucratividade, seja ela acima ou abaixo dos padrões internacionais. Ele entende que a atual lucratividade do setor está ligada diretamente à modernização do parque industrial e da ampliação do mercado internacional.

O fato de existir usina grande com lucratividade pequena acontece em razão do próprio tamanho, localização e do modelo de gestão centralizado, opina o consultor econômico e corretor da BM&F Júlio Maria Borges, da Job Economia.

Julio Borges lembra que o jornal Valor Econômico destacou dez empresas produtoras de açúcar e álcool no suplemento especial Mil Maiores Empresas, de Setembro deste ano. A Copersucar aparece em primeiro lugar em rentabilidade (lucro líquido sobre patrimônio de R$ 243%) seguida pela Usina Barra Grande (SP), com 46%, Usina Colombo (SP), 38% e Santa Terezinha (PR) 37%, Usina Caeté (AL) (lucro sobre receita líquida 30%), Usina Guarany (SP) 26% Itamaraty (MT) 25%, São João de Araras (SP) 22%, Alto Alegre (SP) 21% e Laginha (AL) 19%.

A Copertrading, empresa de exportação vinculada a usinas de Alagoas aparece em primeiro lugar em rentabilidade (85% sobre o patrimônio líquido) quando comparada com as demais tradings que operam no país.

Click abaixo e confira tabela completa sobre desempenho e rentabilidade das usinas em receita líquida:

Desempenho e Rentabilidade

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