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Brasil e EUA ampliam acordo de cooperação em biocombustíveis

Brasil e Estados Unidos concordaram ontem em expandir o alcance do protocolo de cooperação na área de biocombustíveis, firmado em março de 2007, ao aprovar a atuação conjunta para a capacitação de mais cinco países para a produção de etanol. Durante a Conferência Internacional de Biocombustíveis, em São Paulo, o chanceler Celso Amorim e o secretário de Estado da Agricultura dos Estados Unidos, Ed Schafer, anunciaram que Guatemala, Honduras, Jamaica, Guiné-Bissau e Senegal serão os novos alvos da parceria Brasil-EUA nesse setor, conforme o memorando de entendimento assinado ontem.

O reforço do protocolo de 2007, a rigor, traz uma discreta tentativa de sensibilizar o futuro presidente dos EUA, Barack Obama, que toma posse em 20 de janeiro, a dar continuidade à cooperação bilateral.

Na semana passada, Obama falou ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva que tinha interesse no aprofundamento dessa parceria. Mas não entrou em detalhes. Sua política para essa área não tende a contemplar um ponto-chave para o Brasil: a abertura do mercado americano ao etanol brasileiro.

O protocolo de cooperação previa a atuação conjunta em terceiros países. Os primeiros eleitos foram El Salvador, Haiti, República Dominicana e São Cristóvão e Névis, que receberam um total de US$ 4,3 bilhões, distribuídos em 12 projetos de desenvolvimento de indústrias de biocombustíveis. Os outros objetivos do protocolo eram a pesquisa para a produção de etanol de celulose e a cooperação para a definição de padrões internacionais para esse biocombustível e, portanto, para a adoção de preços uniformes de comercialização. Ou seja, de sua transformação em uma commodity, assim como são o petróleo, os minérios e alguns alimentos básicos. Em paralelo aos esforços bilaterais, Brasil e EUA atuam no Fórum Internacional de Biocombustíveis (FIB), com o objetivo de fixar padrões para o etanol.

Ontem, Amorim e Shafer comentaram com entusiasmo o acordo entre o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Petrobrás (Cenpes) e o National Renewable Energy Lab (NREL), dos EUA, firmado em outubro passado, para o desenvolvimento de sistemas de processamento e distribuição de biocombustíveis com base em tecnologias de “segunda geração”. Trata-se da produção de etanol de celulose – usando o bagaço da cana, no Brasil, e gramíneas, nos EUA -, que poderá diminuir o uso de matérias-primas alimentares, como o milho, e diminuir os argumentos contrários à disseminação desse biocombustível.

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