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Bionova: uma “máquina” de multiplicação

As mudas de cana produzidas a partir da multiplicação vegetativa “in-vitro” pode ajudar a diminuir custos de produção e aumentar a rentabilidade do setor canavieiro. Produzidas em laboratório, as mudas de cana-de-açúcar, assim como de outras culturas, são retiradas de meristemas e apresentam como principais vantagens a redução de 60 a 70% no uso de mão-de-obra, além de permitir que a muda entre dois anos mais cedo em escala comercial. Esse trabalho de propagação vem sendo realizado pela Bionova Mudas e Plantas Ltda., localizada em Ribeirão Preto (SP), desde 1997. A empresa utiliza métodos proprietários de propagação “in vitro”, licenciados pela empresa americana Fitolink Corporation, de New Jersey, EUA.

A Bionova possui uma capacidade instalada para produzir 5 milhões de mudas/ano e fornece às usinas a propagação de novas variedades para o viveiro primário, acelerando o processo de multiplicação de mudas sadias e limpas para fins comerciais. Além de atuar fortemente no setor canavieiro, a Bionova está preparada para atender outros segmentos como as culturas do abacaxi, batata, banana, café etc.

Foto: Luis Henrique Porto

Multiplicação vegetativa “in vitro”: diminuição de

custos de produção e aumento de rentabilidade

Os primeiros testes com cana foram iniciados em 98 nas usinas Santa Elisa, Da Pedra, Batatais, Virgolino de Oliveira e São Luis (Pirassununga), todas localizadas no interior paulista. Atualmente, as usinas Alto Alegre (PR), Santa Terezinha (PR), Cerradinho (SP), Moema (SP), Santa Cândida (SP) e Dasa (MG), já plantaram mudas Bionova. Nestes 18 meses de funcionamento a empresa já fechou 33 contratos, equivalente a 650 mil mudas, o que daria para plantar uma área de 4.500 hectares.

A biofábrica tem como diretores, Maro R. Sõndahl e Henrique Amorim, diretor também da Fermentec, empresa de consultoria na área de fermentação alcoólica, de Piracicaba (SP). Sõndahl revela que a técnica de reprodução, num futuro próximo, vai disseminar novas tecnologias a partir da planta. “Hoje as usinas estão comprando tempo e buscando eficiência, rendimento e reduzindo custos”, afirma Sõndahl. Sõndahl vê com otimismo esse processo diferenciado, visto que o potencial do mercado, tendo em vista o setor canavieiro, é seis vezes maior, principalmente agora com a recuperação da atividade. O diretor quase revela o segredo. Segundo ele, o tolete da cana recebe um tratamento especial para eliminar qualquer doença sistêmica. A fase de germinação ocorre no calor úmido, com baixa luminosidade, e depois de 15 a 18 dias o meristema é retirado com lupa estereoscópica. Nesse meristema tem um tamanho de 0,1 mm de diâmetro. Só depois de três meses a planta começa ser multiplicada.

“O uso de variedades adequadas e a qualidade das mudas são fatores primordiais no rendimento final da produção”, observa Sõndahl, lembrando que os contratos de multiplicação são executados sob encomenda e os clientes devem fornecer a variedade desejada. As plantas são multiplicadas em lotes de 10 mil e ficam à disposição do cliente após nove meses, na forma de mudas endurecidas, prontas para serem plantadas.

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