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Barril de petróleo deve passar de US$ 50. O etanol ganha ou perde com isso?

oilO etanol tende a ser favorecido com projetada alta no barril de petróleo. Levantamento da Bloomberg, feito a partir de previsões, projeta o barril de West Texas Intermediate (WTI), referência nos EUA, em uma média de US$ 49 até o quarto trimestre desse ano. Em 2017, o barril deverá superar a barreira dos US$ 50. Há expectativa de o barril ficar em médios US$ 57.

Citado no levantamento da Bloomberg, o economista Hans Van Cleef explica que a redução de investimentos das petroleiras ao redor do mundo poderá ajudar a elevar a demanda acima da oferta ainda em 2016, já que a disponibilidade do insumo no mercado será reduzida.

A projeção de alta do barril para 2017 favorece o biocombustível feito da cana-de-açúcar no mercado doméstico. Como o Brasil importa parte da gasolina consumida, a previsão de valor mais alto e de dólar acima dos R$ 3 irá encarecer o combustível fóssil, o que incentivará ainda mais o consumo de etanol.

Mas as 354 usinas do Brasil em atividade na safra 2016/17 terão condições de ampliar a oferta de etanol para atender a um possível aumento de consumo? Executivos de unidades consultados pelo Portal JornalCana descartam a possibilidade.

Adoçante

“A safra 2017/18 será marcada pela alta dos preços do açúcar, o que atrairá as unidades para a produção do adoçante, assim como ocorre na safra em andamento”, diz o diretor de unidade localizada em Minas Gerais e que pediu omissão do nome.

Diante o cenário em 2017 de alta nos preços do açúcar, dificilmente haverá como as usinas ampliarem a oferta de etanol. Na safra 16/17, elas deverão produzir 28 bilhões de litros, 2,4 bilhões de litros a menos na comparação com a safra anterior.

Mesmo que quisessem produzir mais etanol, as usinas estariam impedidas porque não há cana-de-açúcar suficiente para aumentar a produção. “Ainda não é possível estimar quanto de cana haverá no ano que vem”, disse ao Portal JornalCana Plínio Nastari, presidente da consultoria Datagro, em recente evento em Ribeirão Preto (SP) realizado pela CPFL. etanol

Leia também: Datagro reduz a previsão de moagem da safra 16/17

“A oferta de cana na safra 17/18 dependerá das condições climáticas e, por isso, será preciso esperar mais para fazer projeções de moagem”, afirmou. Para a safra em andamento, a Datagro reduziu para 597,25 milhões de toneladas de cana o total a ser moído na 16/17 pelas usinas da região Centro-Sul. A previsão inicial da consultoria era de uma moagem de 625 milhões de toneladas.

Petróleo vive baixa atual de preço 

Há incertezas sobre os preços do bairro de WTI. Nos últimos dias, o barril voltou a ficar abaixo da casa dos US$ 40 e as reservas americanas de petróleo, apesar de menores em relação a meses anteriores, continuam elevadas, em níveis nunca vistos antes dos últimos 30 anos.

Apesar do quadro atual, as previsões são de alta do WTI em 2017, seja pelos menores investimentos na produção, seja pelo aumento mundial do consumo.

 

 

 

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