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Azul pretende voar até a Copa de 2014 com biocombustível

Em meio à discussões climáticas e pressões de custo, a novata companhia aérea Azul pretende fazer testes com bioquerosene de aviação em 2012 e a fornecedora do combustível, a norte-americana Amyris, acredita que antes da Copa de 2014 já será possível voar comercialmente no país com o novo combustível. As duas empresas se associaram a Embraer e a General Eletric para desenvolver o projeto do bioqueorosene para aviões.

– Sonho com isso todos os dias. Se pudesse começar amanhã, já faria. Todos os dias tenho que olhar para cotação do dólar, preço do petróleo e fechamento da Bolsa de Valores – disse a jornalistas nesta quarta-feira o diretor da Azul, Miguel Dau.

– A demanda energética está atrelada ao custo e à questão ambiental. Há dois anos pouco se falava nisso, mas com os preços e discussões atuais, o bioquerosene se tornou viável – declarou o diretor de tecnol! ogia e meio ambiente da Embraer , Guilherme Freire.

O querosene de aviação feito a partir do petróleo representa cerca de 40 por cento dos custos de uma companhia aérea.

– Será o primeiro voo no mundo a partir de hidrocarboneto de cana-de-açúcar – afirmou o diretor-geral da Amyris, Roel Collier, responsável pelo processo químico de produzir bioquerosene com base na cana-de-açúcar.

Segundo ele, a partir da moagem da cana a empresa introduz uma levedura que fermenta o produto que depois de centrifugado é transformado em bioquerosene.

A empresa de origem norte-americana, mas que tem sócios brasileiros como o grupo Votorantim, vai comprar uma usina de cana no Brasil para criar uma refinaria onde será feito todo o processo de produção do querosene verde.

– As estimativas são que as emissões de CO2 com o bioquerosene serão de 80 a 90 por cento menores – ressaltou Collier. – Esperamos que seja comercial antes da Copa e das Olimpíadas no Brasil.

A indústria de aviação é responsável por cerca de 2 por cento das emissões de gases do efeito estufa e a previsão é que haja um crescimento de 50 por cento até 2050, passando para 3 por cento, de acordo com o diretor da GE Cláudio Loureiro.

Segundo ele, recentemente, a Virgin Air Lines fez um voo entre Londres e Amsterdã com um biocombustível que tinha misturado 20 por cento de óleo de babaçu no querosene de aviação.

A GE desenvolve uma parceria com as norte-americanas Continental e Boeing para voar no começo do ano que vem com um combustível a partir de uma matéria-prima não fóssil. “Estamos numa política de eco-imaginação. Queremos prover soluções sustentáveis do ponto de vista financeiro, social e ambiental”, afirmou o executivo.

A previsão do diretor da Amyris é que o voo de teste da Azul em 2012 tenha no mínimo 20 por cento de bioquerosene misturado ao querosene tradicional.

Os aviões modelo Ipanema desenvolvidos pela Embraer já operam no país exclusivamente movidos a etanol. “É um uso muito específico e já temos 250 aeronaves voando com etanol”, disse Freire.

Segundo Dau, da Azul, os testes iniciais mostram que a adição do biocombustível não afetará a autonomia ou performance dos aviões Embraer operados pela companhia aérea.

– Não precisaremos mexer no motor. O combustível atende a todas as especificações, mas por excesso de zelo vamos ter dois tanques separados. Cada um com um combustível – frisou.

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