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Auto-suficiência em petróleo

Vitória adveio de esforço, persistência e amor ao País. Nossa auto-suficiência na produção de petróleo é sobretudo um digno exemplo de superação. Mais: é um exemplo nítido da inteligência e capacidade operacional do homem brasileiro. Faço esta afirmação por critério de justiça, sem o ufanismo oco que às vezes embala a alma nacional. É a pura verdade, a qual teve início com uma palavra de ordem dita e ouvida em todo o País (no início sussurradamente, depois aos brados) e que seria o mote para a criação da Petrobras: “O petróleo é nosso!” A história do petróleo no Brasil, dos primeiros passos até este novo degrau, que é a conquista da auto-suficiência, não tem nome ou fisionomia particular; pertence, na verdade, a todos os brasileiros e administradores que acreditaram na possibilidade de o nosso país desenvolver seu setor de petróleo com competência e talento. Ela foi escrita, capítulo a capítulo, por valorosos trabalhadores de todas as categorias, do técnico de ponta ao mais modesto operário, e não somente por estes, que labutam na linha de frente, nos trabalhos de pesquisas e análises, como também, com igual dedicação e entusiasmo, pelos que lhes dão suporte na retaguarda, inclusive no plano administrativo, essencial quando eficiente. O que se fez no curso desses anos todos foram etapas de uma gestão heróica. Entre tantas vitórias significativas, em pouco mais de 20 anos o Brasil passou a ser referência internacional como detentor da tecnologia mais avançada na produção de petróleo em águas profundas. Para que se tenha idéia do mérito dessa conquista, já está produzindo a mais de 1.800 metros de lâmina dágua e encontra-se em vias de colocar em produção poços situados a mais de 2.000 metros. Apesar disso, há cautelas, que estão sendo seguramente observadas. A auto-suficiência é uma belíssima vitória, mas não o berço esplêndido em cujo aconchego se possa esquecer da vida. O mercado do petróleo passa amiúde por incertezas, por oscilações perigosas, como agora, com o preço do barril superando a marca elevada de US$ 70. Além disso, as reservas petrolíferas mundiais e nacionais não são inesgotáveis, como é fato de todos conhecido. É indispensável, por isso, prosseguir trabalhando, como atualmente, no desenvolvimento de outras fontes de energia – por exemplo, a eólica, a biomassa, a fotovoltaica, o biodiesel e o hidrogênio. E que se intensifique o uso do gás natural, produto intermediário entre o consumo atual de petróleo e derivados e os energéticos renováveis. Para continuar se desenvolvendo, o mundo precisa de energia e o planeta, para continuar habitável, depende cada vez mais de energia limpa, não-poluente. Temos, como disse no início, um ótimo exemplo de superação obtida ao longo do tempo com muito esforço, talento, entusiasmo e amor ao País. Um exemplo que pode e deve servir de parâmetro para tantas outras atividades. Com essas condições há ainda muito o que fazer, não só no setor energético, mas em outros setores também vitais para o desenvolvimento nacional, com justiça social. O setor de petróleo brasileiro merece legitimamente a comemoração pelo sucesso presente e as perspectivas do futuro contemplam êxito no trabalho de todas as empresas que atuam nessa área no Brasil, em especial a Petrobras. Esse futuro terá a marca do realismo e da humildade, duas virtudes que andam juntas. Realismo no reconhecimento das possibilidades e limitações de todas as coisas. Humildade na renúncia a qualquer espécie de soberba, de cega arrogância, entendendo que a construção de uma nação e a consolidação de empresas fortes não são façanhas apenas alguns homens, mas sim do esforço de uma sociedade inteira, unida pelos laços multiplicadores da solidariedade nacional.

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