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Artigo: Fazendo mais com o mesmo

* Por Gerson Gimenes
* Por Gerson Gimenes

O maior desafio dos profissionais de CCT de cana picada é o abastecer a moenda da usina, que salvo paradas programadas, ou por falta de conformidade — excesso de impurezas minerais e vegetais — possui uma moagem constante.

Já a entrega de cana por parte da lavoura, depende de vários fatores, como: umidade, mudanças, disponibilidade mecânica, falhas operacionais, entre outras. Compensada na medida do possível com estoque sobre rodas,que funciona como uma espécie de pulmão para suportar tal oscilação na entrega de matéria prima.

Muito se discute qual a melhor opção dentro da lavoura: trator ou caminhão?

Pois bem, no trabalho que desenvolvi as duas opções juntas formam a melhor opção. Aproveitando os pontos fortes de cada um, e, que, no final, ajudam a alcançar esta estabilidade de entrega no pátio da usina, uma vez bem executado, com redução de até 10% da frota de caminhões que puxam cana.

Como funciona?

Toda lavoura por mais sistematizada que seja — a não ser que seja um “tapetão que se faça possível a execução de um plantio quadrado, terá tiros curtos ou matações, redes elétricas, e outras anomalias que terão melhor desempenho com o uso de caminhão transbordo ao invés de trator.

Em uma frente com quatro ou cinco colhedoras, onde serão dimensionados de oito a dez tratores para suprir as colhedoras, pelo menos dois deles, serão substituídos por caminhão transbordo, ou seja, haverá um mix das duas opções, aproveitando o melhor de cada uma.

O maior incomodo do supervisor, do balanceiro, do motorista, de todos os envolvidos, é ver um caminhão rodotrem chegar à balança com cargas na casa ou até abaixo de cinquenta toneladas. Este é inclusive, o fato que faz com que muitos terceiros da área de transporte não consigam fechar suas contas ao final do mês.

Sugiro não perder tempo nas áreas de transferência na lavoura, tentando completar cargas fazendo desperdiçar um transbordamento de caixote para conseguir acrescentar duas ou três toneladas, além de derramar cana nesse pátio e no decorrer do trajeto. Então, que seja feita uma carga razoável, porém, sem perder tempo e que se use os caminhões transbordos para completarem a carga do rodotrem, cerca de uns cinco quilômetros após sair carregado da frente de colheita, onde a cana já assentou.

Assim, será possível colocar as cerca de oito toneladas do caminhão transbordo no rodotrem, quatro toneladas em cada compartimento.

Geralmente usamos um estradão para fazer essa segunda transferência, onde o motorista fará uma parada para checagem dos pneus. O mesmo sinalizará com cones refletivos essa área pré-determinada e ele mesmo auxiliara que o transbordamento seja executado.

E em todos os testes executados, após essa acomodação da cana, cada caixote do caminhão transbordo — cerca de quatro toneladas cada — e feito de forma simples, não chegando nem a cair para fora e em alguns casos, até um segundo caminhão caberá no rodotrem.

Se acharem necessário, ao invés de dois auxiliares no primeiro pátio, que sejam divididos um em cada pátio, lembrando que esta segunda área pode ser usada por várias frentes que estejam no mesmo itinerário.

Ou até mesmo nessa primeira área de transferência, completar a carga de forma rápida, sem deixar cair cana, e aumentando a carga do rodotrem, imaginem os transbordos gigantes — com capacidade acima de 20 toneladas — tiver que completar uma carga, além de perder seu ponto forte que é a rapidez na elevação da cana, ainda irá derramar um monte de cana, ao final das contas fazendo a frente perderem tempo.

Lembrando que tais caminhões transbordo possuem grande agilidade de deslocamento dentro da lavoura, chegando a velocidades superiores as desenvolvidas pelos tratores.

Imaginem uma usina que moe quinze toneladas nas 24 horas, com densidade média de 55 ton. por conjunto, necessita de cerca de 270 viagens, se cada uma delas vier com oito ton. a mais, menos de 240 viagens seria o suficiente, com praticamente os mesmos custos de transporte.

ESTAMOS FALANDO EM REDUÇÃO DE MAIS DE 10% DA FROTA.

Nos dias atuais e com os orçamentos cada vez mais apertados, essa alternativa pode ser o diferencial para que o negócio seja lucrativo. Poderia apontar inúmeros pontos favoráveis, basta abrirmos os olhos, a solução esta em nossas mãos, basta enxergarmos.

Usinas que queiram experimentar tal solução, não terão altos investimentos, é só remanejar a própria frota quem em poucos dias saberão se valerá à pena ou não o fazê-lo.

A maioria das usinas possui caminhões transbordo no plantio onde grande parte é feito durante o dia. Essa frota ao invés de ficar ociosa durante a noite pode muito bem dar uma ajuda na colheita nesse período.

Imaginem: ajudarão na entrega da cana podendo permitir que manutenções preventivas e abastecimentos dos tratores sejam feito justamente nesse horário. Com certeza teremos aumento da disponibilidade mecânica do mesmo, ou seja, fazendo mais com o mesmo.

*Especialista em CCT
67 9855.7094
gersonhvs@hotmail.com

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