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Amyris define comando no Brasil e prepara início da produção local

O executivo Paulo Diniz, ex- Bunge e ex- Cosan, será anunciado hoje como presidente da Amyris Brasil. A multinacional americana de biotecnologia, que tem a petrolífera Total como uma de suas principais acionistas, é especializada em matéria-prima renovável, o farneseno a partir da cana, utilizados nas indústrias de especialidades químicas e combustíveis para transporte, sobretudo. O grupo começa este ano a produzir em escala comercial no país – a primeira fábrica entra em operação no fim deste semestre e a segunda unidade começa a funcionar em 2012.

“O jogo começa agora, após um período de aquecimento e boa temporada de treinos”, disse Diniz. Ele assume a direção da companhia, que operava no país e nos Estados Unidos com plantas-piloto, com o objetivo de promover seu processo de expansão. Antes da Amyris, Diniz passou pela Bunge, onde ajudou a conduzir o processo de integração das duas empresas da companhia – divisão de alimentos e fertilizantes. Na Cosan, coordenou o processo de abertura de capital da companhia. Antes foi o responsável pela expansão da TIM no Brasil. “Agora terei a oportunidade única de liderar uma equipe de excelentes profissionais e uma empresa com projeto inovador.” Diniz substitui Mario Portela, que deverá tocar os negócios nos EUA. John Melo mantém-se como principal executivo global.

Criada em 2003 e sede na Califórnia, a Amyris detém tecnologia própria de produção de farneseno “verde”, um componente químico (hidrocarboneto), a partir da fermentação do caldo de cana com leveduras. O produto é utilizado como matéria-prima para produção de lubrificantes, diesel e biodiesel, cosméticos, detergentes e combustíveis de avião. O objetivo é substituir derivados de petróleo.

A empresa tem carta de intenções com a Procter & Gamble para o fornecimento de farneseno para a produção de sabão e detergente, afirmou o executivo. Há interesse da Shell para o diesel “verde” e a Total, com 22% de participação na Amyris, deverá desenvolver uma linha de lubrificantes automotivos com esse produto.

A Amyris vai concorrer no mercado com importantes grupos, como DuPont, e também com empresas de biotecnologia menores, como Solazymes, Sapphire, Gevo, LS9 e Synthetic Genomics.

Nos últimos meses, a companhia fechou parcerias estratégicas no Brasil. A primeira unidade está sendo erguida em Piracicaba (SP), dentro das instalações da empresa belga Biomin. Por meio de uma joint venture com a São Martinho, a empresa também está construindo uma unidade anexa à usina de Pradópolis (SP), com produção a partir de 2012. O investimento na fábrica será de cerca de US$ 50 milhões, com 50% de participação cada empresa. Acordos de fornecimento de cana foram fechados com a Cosan, Bunge e Tereos.

A expectativa para este ano é de que o faturamento da empresa no país atinja US$ 200 milhões, segundo Diniz.

Com ações negociadas na Nasdaq (bolsa especializada em empresas de alta tecnologia) desde setembro de 2010, a Amyris possui um valor de mercado da ordem de US$ 1,25 bilhão pela sua plataforma industrial de biologia sintética inovadora.

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