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Açúcar e etanol têm impacto significativo na balança comercial

Em 2010, as exportações brasileiras de açúcar e álcool renderam US$ 12,76 bilhões e US$ 1 bilhão, res- pectivamente. Nesse mesmo ano, o consumo de etanol anidro e hidratado para fins combustíveis atingiu 21,95 bilhões de litros -volume correspondente a 17,54 bilhões de litros de gasolina equivalente.

Considerando o preço da gasolina no mercado mundial em 2010 (tendo como referência a especificação regular na costa do golfo do Texas), de US$ 86,16 por barril à vista, ou US$ 0,54 por litro, pode-se concluir que o uso do etanol como combustível permitiu economia adicional de US$ 9,5 bilhões na forma de gasolina exportada ou que deixou de ser importada.

Portanto, o saldo positivo do setor sucroalcooleiro na balança comercial foi de US$ 23,27 bilhões somente em 2010, o que é sem dúvida um número muito expressivo. Em 2011, esse valor deve ser ainda maior.

Em 2010, as exportações brasileiras de açúcar atingiram 27,99 milhões de to- neladas, um crescimento de 15,3% sobre 2009, fazendo com que o Brasil respondesse por 50,7% dos embarques mundiais.

Crescimento

O valor total do produto exportado apresentou crescimento de 52,3% sobre o ano anterior. O preço médio de cada tonelada exportada foi de US$ 455,78, e em dezembro atingiu US$ 521,10, equivalentes a 22,7 centavos de dólar por libra-peso no mercado de Nova York, considerando o açúcar cru.

Recentemente, o mercado tem registrado níveis de preço bem acima desse pata- mar, indicando que foram executados embarques precificados antes da recente elevação de preços.

Nesta semana, os contratos futuros de açúcar cru cotados em Nova York registraram preços aproximados de 34 centavos por libra-peso para entrega em março, 31,6 centavos para entrega em maio, 28,4 centavos para entrega em julho e 26,5 centavos para outubro.

Portanto, é espera do que em 2011 o preço médio dos embarques de exportação seja bem superior ao registrado em 2010, podendo chegar a um nível entre US$ 560 e US$ 580 por tonelada.

Considerando o esperado aumento no volume exportado, que poderá atingir 29 milhões de toneladas, é provável que em 2011 as exportações de açúcar gerem divisas de US$ 16,2 bilhões a US$ 16,8 bilhões.

Esses recursos devem aumentar o capital de giro dos produtores e contribuir para uma maior estabilidade dos preços registrados na safra e na entressafra.

Enquanto isso, a frota de veículos flex capaz de utilizar gasolina contendo etanol em mistura, ou etanol hidratado puro, continua em expansão.

Estima-se que em janeiro essa frota tenha atingido 12,4 milhões de veículos. Dependendo do preço relativo entre o etanol e a gaso- lina, a frota flex poderá absorver no futuro volumes significativos e crescentes de etanol e, em última análise, de cana-de-açúcar.

A diversificação e a flexibilidade industrial para a produção de etanol e açúcar representam importante ferramenta de geração de divi- sas, adaptável a diferentes condições de mercado, e transformam o Brasil no maior elemento potencial de estabilidade de preços do mercado mundial.

Plinio Nastari é mestre e doutor em economia agrícola e presidente da Datagro Consultoria.

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