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Acesso a novos mercados depende do fim das barreiras

As barreiras tarifárias ao açúcar, sobretudo na União Européia e nos Estados Unidos, são o principal entrave para a expansão do produto no exterior. No entanto, o governo brasileiro tem sido mais agressivo para garantir o acesso a novos mercados para o açúcar.

O Brasil desafiou em Setembro duas das maiores potências comerciais — Estados Unidos e União Européia — ao questionar na Organização Mundial do Comércio —OMC os pesados subsídios praticados pelos norte-americanos ao algodão e pelos europeus ao açúcar. O pedido de painel feito pelo governo brasileiro para o açúcar teve o apoio da Austrália, um dos principais países exportadores do produto, que também se diz prejudicado com a política econômica do bloco.

O acesso ao maior mercado de açúcar não depende das decisões da OMC. O mercado livre de açúcar é fechado. “O álcool pode dar maior equilíbrio ao açúcar no mercado internacional”, diz Patrick du

Genestoux, diretor da Ersuc, empresa francesa de consulta sucroalcooleira.

Para Júlio Maria Martins Borges, diretor da JOB Economia e planejamento, o aumento da participação do Brasil no mercado mundial de açúcar depende hoje do aumento do consumo mundial do produto.

No entanto, o consumo mundial sobe a uma média de 2% a 3% ao ano. “O Brasil pode ganhar ou perder mercado se outro grande país produtor sofre influências climáticas”, diz.

Considerado estratégico, países produtores têm investido no Brasil — país com o menor custo de produção do mundo — atraídos também pelo mercado doméstico, de acordo com relatório da Datagro. Nos últimos 10 dez, o Brasil figura entre os dez principais produtores. Há quatro anos, disputa a primeira posição com a Índia. Nesta safra, a 2002/3, o Brasil está ocupando a primeira colocação — com uma produção estimada em 23 milhões de toneladas. A Índia deve ter uma produção próxima a 19 milhões de toneladas.

De acordo com dados da Organização Internacional do Açúcar —OIA, a produção mundial de açúcar está estimada em 136,240 milhões de toneladas na safra 2002/3, um volume 2% maior sobre a safra 2001/02, de 133,604 milhões de toneladas. Segundo Lindsay Jolly, economista da OIA, os preços devem se manter em baixa na próxima safra em razão da maior oferta mundial. O consumo, segundo ele, deve crescer nos próximos anos, impulsionados pelos países asiáticos.

A redução das barreiras pode significar uma brecha para os principais países exportadores, encabeçados pelo Brasil. No entanto, o álcool segue como a principal alternativa a esses países.

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