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5 pontos que merecem destaque na safra 16/17, segundo o CEO da Usina Santa Fé

Christiano: experiência de décadas no setor à serviço da Santa Fé
Christiano: experiência de décadas no setor à serviço da Santa Fé

Ex-presidente da Usinas Itamarati e também de grandes fornecedoras do setor sucroenergético como a Sermatec, atual Zanini, Antonio Carlos Christiano assumiu em novembro de 2015 a presidência da Usina Santa Fé S. A., de Nova Europa (SP).

O engenheiro mecânico, morador em Araraquara, cidade próxima a Nova Europa, Christiano entrou para a empresa em meio às inovações de gestão feitas pela família Malzoni, controladora da companhia sucroenergética.

Dentre essas inovações está o Conselho de Administração, integrado, por exemplo, pela ex-secretária da Agricultura do Estado de São Paulo, Mônika Bergamaschi.

Na entrevista a seguir para o Portal JornalCana, o CEO da Santa Fé detalha 5 pontos merecedores de atenção na safra 16/17. Comenta, também, sobre o ciclo em andamento na unidade, que moi 23 mil toneladas de cana-de-açúcar por dia.

1

Orçamento

“Aqui [na Usina Santa Fé] damos muita importância ao orçamento. Nele você tem as bases financeira, de endividamento, de receita, de produção (de açúcar e de etanol), de moagem e de rendimento agrícola. O orçamento conta com tudo isso. Faz-se o acompanhamento do orçamento da usina mensalmente, em reunião chamada de reunião de performance, na qual cada um apresenta sua área, mostra o que afetou, quais os parâmetros importantes, faz-se correções. O ambiente interno tem uma série de parâmetros que você avalia sempre pelo orçamento.”

2

Dólar

“Fora os parâmetros internos, há o externo no qual está, por exemplo, o dólar, que afeta não só a receita quanto a dívida da empresa. Temos algo interessante: quanto maior for o valor do dólar, maior minha entrada de caixa. E quanto maior ele é, piora meu endividamento por conta da dívida em dólar. Para esse ano-safra [a ser encerrado em março de 2017], a cotação ficará abaixo do que orçamos, e temos que ter maior moagem, para ter mais produtos.”

3

Açúcar

“No ambiente externo, também ficamos medindo o comportamento do preço do açúcar. Como ser humano, acredito que o mercado internacional de açúcar será melhor do que os três anos projetados pelo próprio setor sucroenergético. Isso porque em três anos não dará tempo de recompor. A operação mais cara individual que se tem em uma usina é o plantio de cana-de-açúcar. Para plantar, precisa-se de mudas. Não dá tempo de produzir mudas. Hoje é preciso moer muito para aproveitar os preços. E se se moi muito, compromete a muda. Então, todo esse desenho não permite que a expansão seja feita na velocidade [de três anos] prevista por alguns. Agora como gestor, prefiro ficar na projeção de três [bons anos pela frente]. Isso porque se vier um ciclo melhor de preços, para mais de três anos, o setor só irá se beneficiar com isso.

4

Gestão do cenário positivo 

“Temos que aproveitar [esses possíveis três anos de mercado de açúcar favorável] para reduzir significativamente o endividamento. Nesse cenário também deve entrar a qualificação técnica e a comunicação. Hoje, se não houver uma comunicação entre o que pensa a companhia, de gestão e do conselho, para o operacional – e tem que fazer descer essa comunicação para o nível do operário -, fica difícil. Estamos em uma empresa com 2,3 mil funcionários. Há uma distorção muito grande [sem a comunicação]. Um exemplo: nós compramos 18 carretas para transportar bagaço. O pessoal pode questionar: ‘como a usina, que está financeiramente apertada, compra 18 carretas?’ Pois bem: hoje, só se chega às 23 mil toneladas de cana moídas por dia na Santa Fé se for aumentado o pátio de cana. E para aumentar esse pátio, preciso de velocidade maior de bate-volta de caminhões. Ou seja, ele precisa deixar a carreta no pátio, e ir buscar a próxima. Esse [investimento na compra das 18 carretas] tem um objetivo. Se você não explica isso ao operário, ele não irá entender porque a companhia pede a ele maior produtividade.”

Christano à frente dos painéis com informações da empresa aos colaboradores: transparência
Christano à frente dos painéis com informações da empresa aos colaboradores: transparência

5

Comunicação

“Para realizar essa comunicação com todos funcionários, temos as já faladas reuniões de performances, com todos os encarregados, que têm de fazer a comunicação direta com seus subordinados. Distribuímos 17 painéis pela empresa, nos quais divulgamos mensalmente a posição da companhia, o que está sendo pensado, sendo feito, o que é EBTIDA, o que ele gera para a companhia. Informamos também os resultados obtidos no mês anterior e o que perseguimos, quais são os desafios. Então a comunicação é feita visualmente e feita em toda oportunidade.”

‘A companhia precisa saber para onde ela vai. Todo mundo [funcionários e executivos] precisa estar no mesmo barco’

Saiba mais sobre a safra 16/17 da Usina Santa Fé

Moagem prevista: projeção inicial de 4,2 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, mas já projeta alcançar 4,7 milhões de toneladas. Projeções superam a safra 15/16, que alcançou 3,925 milhões de toneladas.

‘A maior oferta de cana reflete ganho de produtividade agrícola e 300 mil toneladas de cana compradas’

Perfil da cana: 65% própria e 35% de fornecedores

Produção de açúcar: a unidade produz exclusivamente açúcar branco e deve chegar 275 mil toneladas, ou 52% do mix

Produção de etanol: projeção de 190 milhões de litros. Produção nessa safra é exclusiva de hidratado, exceto a produção de anidro para cumprir os contratos da norma da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

 

 

 

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