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5 impactos do processo de impeachment de Dilma sobre o setor sucroenergético

A abertura de discussão do processo de pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff, oficializado na terça-feira (02/12), será um processo longo.

Haverá pelo menos dez sessões na Câmara para discussões de grupo a ser formado para o caso, assim como haverá tempo para defesa da chefe do Executivo.

Ela é acusada de aumentar as despesas do governo sem pedir autorização ao Congresso, na estratégia chamada de pedalada fiscal, e isso motivou requerimento de pedido de impeachment aceito pelo presidente da Câmara. dilma

Se a abertura de discussão do processo foi atitude política ou não de Eduardo Cunha, presidente da Câmara e ‘rival’ de Dilma, a mídia e os analistas políticos terão tempo de sobra para investigar e comentar.

O fato é que o caso todo afeta diretamente a já afetada economia brasileira e, também, o setor sucroenergético.

O Portal JornalCana enumera a seguir 5 impactos que esse iniciado e lento processo político que pode afastar Dilma do cargo causará de negativo – e de positivo – junto ao setor produtor de açúcar, etanol e bioeletricidade. 

1

Incerteza faz o investidor externo recuar

A empresa Black River, controlada pela americana Cargill, ainda negocia a compra de grupo sucroenergético do interior paulista. A canadense Brookfield quase fechou negócio, não confirmado, com outro grupo com três usinas no estado de São Paulo. Dias atrás, um grupo australiano também sondou a possível aquisição de usina de grupo paulista. Esses investidores estrangeiros tendem a interromper as negociações diante o cenário incerto. Não é possível saber hoje quem estará no comando da Presidência da República daqui dois ou três meses, caso o processo passe pela Câmara Federal e seja aberto pelo Senado, o que obriga a presidente Dilma a se afastar por 180 dias.

2

Dúvida sobre o câmbio afeta o ritmo de negócios

Há casos de usinas sucroenergéticas que já fizeram hedge de 60% do açúcar a ser produzido pela safra 2016/17. Quem não o fez, dependerá agora de um cenário incerto também relacionado ao câmbio, fora o comportamento do mercado mundial do alimento. As primeiras avaliações de mercado dão conta de que o dólar subirá caso o processo de impeachment seja cancelado. E que a moeda dos EUA cai caso o processo siga adiante. Mas isso ocorrerá quando: em dezembro, janeiro, fevereiro? Difícil saber.

3

Possíveis definições na Cop 21 ficarão à espera

Caso a Conferência do Clima em Paris, a Cop 21, defina por acordo que crie sistema de compensação para quem seja menos nocivo ao meio ambiente, mesmo que tal sistema demore a ser colocado em prática, ele exigirá comissões, discussões de representantes dos países. Como considerar os representantes brasileiros na atua situação? Se tal representante é indicado por Dilma, será que ele estará em atuação daqui a alguns meses?

4

Indefinição sinaliza estabilidade no curto prazo – o que é muito bom

Vítima de políticas governamentais nos últimos cinco anos, o setor sucroenergético está entre os que torcem por um final dessa crise institucional. E a discussão do processo de impeachment permite isso. No mais tardar daqui seis meses será possível saber quem concluirá o mandato de Dilma Rousseff, ou se ela mesma terminará a gestão. Qualquer que seja a solução, trará estabilidade institucional ao Brasil, o que é prioridade para o setor sucroenergético que inicia um ciclo de bons preços no açúcar e de mercado melhor para o biocombustível.

5

Momento exige mobilidade do setor sucroenergético

É bem conhecida a  falta de união entre representantes do setor sucroenergético, composto de 180 grupos e perto de 400 unidades produtoras. O cenário incerto, que já vinha assim por conta da recessão econômica e do quadro político, exigirá tomadas de posições sintonizadas da cadeia sucroenergética. Diante as definições que virão por aí, será necessário, por exemplo, exigir o papel da bioeletricidade na matriz, com leilões específicos e garantias para inserir de vez a eletricidade da biomassa da cana no mercado, e garantir oferta para quando a economia retomar o crescimento. Mas sem mobilidade, esse tipo de exigência continuará mero motivo de conversas em rodas de café de eventos do setor.

Contate o autor deste conteúdo: delcymack@procana.com.br

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