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15 riscos do setor financeiro do Brasil e do mundo

Pesquisa feita pela consultoria PwC, em parceria com o Centro para o Estudo da Informação Financeira (CSFI), com sede em Londres, revela 15 incertezas em relação ao cenário macroeconômico.

Essas incertezas ocupam, neste ano, o topo de lista de preocupações do setor bancário mundial, principalmente devido a dúvidas a respeito da recuperação de países da zona do euro e os reflexos na economia da onda migratória na Europa.

O levantamento, baseado em respostas de 672 banqueiros, reguladores bancários e observadores atentos do setor, no Brasil e no mundo, apresenta 24 possíveis riscos para os bancos. O levantamento foi realizado no Brasil pela primeira vez – foram ouvidos 30 representantes do setor financeiro no país.

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15 principais ameaças para o setor financeiro

(em 2015)

No Brasil

  1. Ambiente macroeconômico
  2. Interferência política
  3. Criminalidade (1)
  4. Mercados emergentes
  5. Risco do crédito

(1). Inclui ataques cibernéticos e evasão fiscal

No mundo

 

  1. Ambiente macroeconômico
  2. Criminalidade (1)
  3. Regulação
  4. Riscos tecnológicos
  5. Interferência política

 

Na América Latina

  1. Ambiente macroeconômico
  2. Regulamentação
  3. Criminalidade (1)
  4. Interferência política
  5. Mercados emergentes

(1) Inclui ataques cibernéticos e evasão fiscal

 

As explicações

A diminuição do ritmo de crescimento da China, turbulências econômicas nos países emergentes e o alto nível de endividamento das economias da zona do euro, que ainda persiste, explicam porque, neste ano, o ambiente macroeconômico foi considerado o principal risco para os bancos.

A pesquisa também aponta que o aumento da criminalidade, especialmente no que diz respeito a fraudes cometidas por meios eletrônicos, representa hoje outra importante ameaça, ou “casca de banana”, para o sistema financeiro internacional. O item passou de 9º lugar no ranking das principais preocupações para os bancos, na enquete de 2014, para a 2ª posição neste ano.

Segundo os banqueiros e representantes do setor ouvidos na pesquisa realizada no Brasil, o cenário macroeconômico é o principal fator de risco este ano, refletindo as respostas da enquete mundial.

Os motivos para os temores em relação ao desempenho econômico, no entanto, têm causas próprias no Brasil. Aqui, imperam as preocupações sobre a recessão econômica, a alta inflacionária, a queda nos investimentos e a baixa produtividade. Preocupações sobre uma possível ingerência do governo no sistema financeiro e de maiores taxações bancárias ocupam o 2º lugar no ranking das maiores preocupações do setor financeiro, seguida pela criminalidade – como no restante do mundo, o sistema bancário nacional teme cada vez mais os ataques cibernéticos.

As respostas colhidas no Brasil espelham com precisão o cenário econômico e político atual. “O setor financeiro está se ressentindo das indefinições econômicas e políticas hoje em curso no país”, afirma Marcus Manduca, sócio da PwC Brasil.

Apesar de não terem sido realizados levantamentos formais sobre os riscos dos bancos no Brasil anteriormente, a percepção dos observadores do setor é que preocupações relativas a recursos humanos e governança corporativa eram mais presentes no passado. “Com a crise econômica, aspectos de gestão naturalmente se tornam preponderantes, como demonstra a pesquisa deste ano”, diz Manduca.

O levantamento traz também um recorte sobre a América Latina. Como no restante do mundo, há incertezas na região quanto ao desempenho econômico, tanto domesticamente como em relação a outros países. A crescente regulamentação do setor ocupa o 2º lugar da listagem dos maiores riscos – no Brasil, esse aspecto aparece apenas na 6ª posição.

Temores a respeito dos custos e benefícios envolvidos no processo têm despertado ansiedade. “Muitos países latino-americanos, como Argentina e Colômbia, começaram a implementar recentemente uma série de medidas para regulamentar o setor financeiro. No Brasil, essas providências já foram tomadas há algum tempo e, por isso, deixaram de representar uma possível fonte de preocupação”, afirma Manduca.

 

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