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Usinas da região devem enxugar em 10% o quadro de funcionários em 2015

O setor de bioenergia passa por dificuldades. Durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, o setor cresceu e fez elevados investimentos. Porém, nos últimos anos, no governo Dilma Rousseff, o setor amarga prejuízos, usinas foram negociadas e outras estão em processo de recuperação. O setor passar por profundas transformações e isso reflete diretamente na questão trabalhista. Três sindicatos de Araçatuba atuam no setor – Sindalco (indústria de álcool e químicos), Alimentação (fabricação de açúcar) e Trabalhadores Rurais (serviço de campo). Cada sindicato enfrenta uma realidade.

O presidente do Sindalco (Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Químicas, Farmacêuticas e na Fabricação de Álcool, Etanol, Bioetanol e Biocombustível de Araçatuba e Região), José Roberto da Cunha, disse, em entrevista ao O LIBERAL, que as usinas de cana-de-açúcar da região devem trabalhar em 2015 com 10% a menos em seu quadro de funcionários do que trabalharam em 2014.

A causa desta redução é a crise hídrica, que causou centenas de demissões e uma previsão de lucro menor para a safra de 2015. O calculo vale para 20 usinas no qual o sindicato representa os trabalhadores do setor industrial.

“Estão cortando os gastos porque o ano passado foi muito seco. Em abril, quando começarem a contratar de novo, pretendem trabalhar com 10% a menos do que podem”, disse.

Desde 2009 o setor passa por dificuldades por conta da seca. De acordo com dados fornecidos pelo sindicato, no comparativo entre 2013 e 2014, o número de demitidos do setor industrial das usinas da região passou de 887 para 1.046. As paralisações feitas pelos funcionários em 2014 também prejudicaram no lucro das usinas e influenciaram nessa estimativa mais modesta.

A presidente do Sindicato da Alimentação de Araçatuba, Dulce Helena Ferreira acredita em estabilidade, mas não descarta redução no quadro por conta da crise no setor. Dulce representa trabalhadores de quatro usinas.

O quadro mais preocupante é dos trabalhadores rurais. Segundo o presidente do sindicato, Aparecido Guilherme de Moura, que desde 1981 acompanha o setor, além da crise hídrica, que reduz o tempo de moagem e até mesmo os investimentos no campo, há outro agravante, que é a mecanização do corte da cana. “Essa é uma realidade que não muda e por isso trabalhamos pela requalificação dos trabalhadores, para que possam atuar em outra área”, explicou o experiente sindicalista.

Segundo Aparecido Moura, há pouco mais de cinco anos, o setor empregava mais de 12 mil trabalhadores rurais e na safra de 2014, chegou a 3 mil trabalhadores, o que representa redução de 75%. “Trata-se de uma mudança brusca em pouco tempo”, disse o sindicalista, afirmando que para a safra de 2015 o quadro ainda é de muita preocupação. “Além dos problemas vividos pelas usinas com a crise do setor, há fatores climáticos, que reduzem a produção da cana. O ciclo de moagem neste ano deve ser menor”, disse Aparecido Moura.

(Fonte: O Liberal Regional)

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