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Sinais 2: Novos Cenários

Einstein já dizia que só a imaginação é mais importante que o conhecimento. Estava absolutamente certo porque com a imaginação podemos não apenas aprender com o passado mas projetar o futuro, antecipando ações que mudarão nossa realidade. No ambiente empresarial, e especialmente num setor altamente demandante de capital como a atividade sucroenergética, a imaginação reveste-se de importância estratégica. Traduzindo imaginação empresarial pela capacidade em projetar cenários de médio e longo e prazo, nossa experiência de mais de 25 anos no setor nos permite separar o empresariado sucroenergético em basicamente três grupos: os conservadores, os visionários e os oportunistas.

Os dois primeiros grupos vangloriam-se de suas estratégias e o terceiro costuma ter um tempo curto de bravata, não mais do que um “ciclo da cana”. O perfil conservador orgulha-se de resistir aos ciclos de crises adotando estratégias defensivas, como aproveitar as safras boas para guardar ‘gordura’ para as más, e uma gestão tipo “olho do dono”. Têm o foco na sobrevivência, em ser a última usina a quebrar, aproveitando assim o saneamento do próprio mercado. Já os visionários apostam no crescimento da escala, da verticalização e na gestão corporativa.

Diante do atual ciclo de crise pelo qual passa o setor, é inevitável a pergunta: qual destes perfis tem apresentado melhores resultados? Os balanços demonstram que são aqueles que, no passado, conseguiram projetar cenários mais próximos da realidade atual, estabeleceram estratégias com margens limites razoáveis e tornaram-se disciplinados em alcançar as metas definidas. Ou seja, são empresas que agem de acordo com um lema que adotei: “ousadia no avançar mas prudência no caminhar”. Isto quer dizer que as estratégias defensivas tornaram-se insuficientes para vencer a diversidade de fatores negativos que vem pressionando a cadeia sucroenergética. E este cenário ainda pode piorar já que, exceto pelos fatores climáticos, os cenários político, macroeconômico e de preços não trazem visibilidade positiva para as usinas.

Em recente palestra no I Fórum Brasileiro de Economia e Finanças no Agronegócio, realizado em Ribeirão Preto, o jornalista especializado em economia Luís Nassif, apresentou alguns cenários políticos e macroeconômico para o Brasil, apontando que em qualquer deles o governo terá que priorizar alguns setores para incentivar o desenvolvimento da economia e a competitividade. Nassif afirmou que, neste sentido, o setor reúne condições únicas e deve apresentar uma visão de futuro, um plano de ação setorial que envolva todos os elos da cadeia, parcerias públicas e privadas, alianças com as autoridades, além de engajar a opinião pública através das redes sociais. “Quando você tem uma visão clara e bem elaborada, fica mais fácil encontrar a aceitação e a aprovação dos envolvidos. O setor tem que voltar a sonhar com o etanol, afinal ninguém resiste ao poder de uma ideia quando chega o seu tempo!”, conclamou.

A proposta do Nassif faz todo sentido, falta apenas ao empresariado usar a imaginação para conceber um cenário setorial comum e engajar cada um dos produtores nesta agenda ativa… Pensando bem, imagino que a criação de um PESA 2 seja uma proposta mais factível…

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