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Protocolo Agroambiental: relatório apresenta evolução ambiental do setor em SP

2004-07-30 Canavial Mata Floresta (1)

Um menor consumo de água no processamento da cana de açúcar, proteção e ampliação das matas ciliares e manejo adequado dos agrotóxicos são alguns dos resultados dos últimos sete anos no setor sucroenergético, segundo informação da União da Indústria da Cana de Açúcar (Unica) e a Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil (Orplana). Esses dados fazem parte do relatório consolidado até a safra 2013/14, do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenérgetico firmado entre as secretarias estaduais de Agricultura e Abastecimento (SAA) e do Meio Ambiente (SMA), a Unica e a Orplana.

Marli  Mascarenhas  Oliveira, Katia Nachiluk e Rejane Cecília Ramos, pesquisadoras do Instituto de Economia Agrícola (IEA/Apta), representantes da SAA, admitem que a partir do advento do Protocolo, o setor evoluiu em ganhos ambientais ligados à redução da queima para colheita, à proteção das áreas ciliares, e também nos processos industriais, com a diminuição do consumo de água para o processamento de cana (resultado de fatores da colheita crua), limpeza da cana a seco e o fechamento de circuitos de água, dentre outras melhorias, visando à produção sustentável de cana-de-açúcar e seus produtos.

Assinado em 2007, o Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético representa um acordo voluntário entre as partes, que determinou a antecipação dos prazos legais para o fim da despalha da cana por meio do uso de fogo, a recuperação de matas em nascentes e a proteção das áreas de preservação de outros cursos d’água. De acordo com seus idealizadores, além de introduzir a mecanização da colheita da cana de açúcar, o Protocolo representou a consolidação de uma estrutura produtiva baseada na adoção das melhores práticas de sustentabilidade ambientais e sociais pelo setor produtivo. “O protocolo inaugura uma nova forma de se produzir cana no Estado de São Paulo”, ressalta Marli Mascarenhas Oliveira.

A cana é o principal produto da agropecuária paulista. A participação da cultura no valor da produção agropecuária do estado de São Paulo em 2013 foi de 46,7% (R$ 26,9 bilhões). No período analisado, houve um aumento de 47% na área colhida, passando de 3,4 para 5,1 milhões de ha. Embora a cultura tenha se ampliado, pesquisas indicam que esta expansão não ocorreu em áreas de produção de alimentos e sim em áreas de pastagens degradadas.

2004-01-04 Mata Ciliar

Alguns resultados

Em 2013, no Estado de São Paulo, 5.180.349 hectares estiveram comprometidos com boas práticas agroambientais pelas usinas e associações de fornecedores signatárias do Protocolo. Essa área corresponde a 25,3% da área agricultável do Estado de São Paulo, de 20.504.107 hectares.

Verificou‐se que, ao longo do período analisado, houve um incremento de 1,21 milhão de hectares na área total compromissada pelas unidades agroindustriais, que incluem, além da área de cultivo de cana, as áreas ciliares, os parques industriais e as benfeitorias, representando 45% de
aumento em relação a 2007. Em relação às associações signatárias, o aumento foi de 17% a partir de 2009, ano em que seus Planos de Ação foram entregues e seus dados começaram a ser computados.

Cogeração

As usinas paulistas realizam cogeração de energia elétrica a partir da queima do bagaço da cana em caldeiras, que direcionam vapor para turbo‐geradores. Além de serem autossuficientes em energia elétrica, 76 das usinas signatárias do protocolo exportaram energia elétrica para a rede pública de distribuição de eletricidade em 2013, contribuindo para a segurança energética do Estado por meio da produção de energia renovável.  A capacidade instalada das usinas signatárias corresponde a três vezes a capacidade de Angra II e a 36% a capacidade de Itaipu.

A energia que já é exportada anualmente para a rede pelas usinas signatárias do protocolo, da ordem de 8,34 milhões de MWh, é equivalente a cerca de 22% do consumo residencial paulista, de 37,69 milhões de MWh. Nota‐se pico de produção e exportação de energia em 2010, quando houve maior processamento de cana nas usinas, em razão da cana bisada de 2009.

Segundo dados da Unica (2014), na safra 2013/14 a energia ofertada à rede pelas usinas paulistas signatárias do Protocolo economizou 4% da água nos reservatórios do submercado elétrico Sudeste/Centro‐Oeste, principal do país, responsável por 60% do consumo brasileiro.

Verificou‐se que o número de usinas signatárias exportadoras de energia elétrica dobrou desde o início do Protocolo Agroambiental,  demostrando que a energia elétrica da biomassa está se consolidando como um terceiro produto da cana‐de‐açúcar.

energia cana

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