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Raízen dará início à produção de etanol celulósico neste mês

Um dos exemplos citados é a produção de etanol celulósico no Brasil

Na corrida tecnológica em busca de um etanol celulósico economicamente viável, a Raízen Energia, maior grupo sucroalcooleiro do país, informou que colocará em operação sua unidade de produção do biocombustível de segunda geração ainda em novembro. Integrada à usina Costa Pinto, em Piracicaba (SP) que produz etanol convencional – a partir do caldo da cana -, a nova fábrica vai usar inicialmente bagaço, mas testes já começaram a ser feitos com palha trazida do canavial.

O vice-presidente da açúcar e etanol da companhia, Pedro Mizutani, diz que está satisfeito com os testes até o momento. Ele se diz confiante de que obterá sucesso na empreitada. A expectativa é, em três anos, conseguir um produto de segunda geração ao mesmo custo da primeira – em torno de R$ 1,10 por litro.

A planta da Raízen tem capacidade para produzir 40 milhões de litros por ano e demandou investimentos de R$ 230 milhões – R$ 207 milhões financiados com linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que fazem parte do PAISS, um plano conjunto com a Finep de apoio à inovação tecnológica no setor.

Caso obtenha êxito na planta pioneira, a companhia prosseguirá com o plano de construir outras sete unidades de etanol celulósico até 2024 – o que vai significar uma produção adicional de 1 bilhão de litros do biocombustível, cerca de 50% da produção desta safra 2014/15 (2,1 bilhões de litros).

A nova unidade é o último grande investimento em expansão de capacidade previsto pela Raízen no curto prazo na área de cana-de-açúcar. Neste ciclo 2014/15, o Capex total da empresa (somando manutenção e investimento) vai ficar entre R$ 2 bilhões e R$ 2,2 bilhões, estável em relação ao montante da temporada anterior. Mas certamente, diz Mizutani, a temporada 2015/16 terá um Capex menor, uma vez que não estão previstos novos investimentos.

Mas há, ainda, um caminho longo a percorrer com a tecnologia de segunda geração antes de replicá-la a outras usinas. Mizutani diz que o tempo entre a entrada do bagaço na planta e a produção do etanol celulósico será de cerca de cinco dias – ante oito horas do processo do etanol convencional. “Neste momento está levando mais tempo, pois ainda estamos enchendo a fábrica”.

Os testes com a palha começaram agora na planta de demonstração da empresa no Canadá, segundo o executivo, mas um pouco dessa biomassa já está sendo levada para baterias de testes na unidade da Costa Pinto. “Temos um potencial para colher 6 toneladas de palha considerando o nosso canavial e o dos nossos parceiros”.

Neste momento, a maior parte da palha usada pela Raízen foi destinada à produção de eletricidade. A colheita dessa biomassa foi feita de duas formas pela companhia: a primeira, com máquinas específicas de colher e enfardar – até agora disponíveis apenas na unidade paulista de Ipaussu; a segunda, a partir do desligamento do “ventilador” da colheitadeira da cana. Com isso, explica Mizutani, mais palha é trazida do campo no momento da colheita da cana e a separação é feita na indústria. “Tivemos um custo adicional, mas, como os preços da eletricidade estavam muito altos, valeu a pena”.

Além de palha, a Raízen também comprou bagaço de cana de terceiros, além de eucalipto, palha de arroz e poda de árvores para elevar em 10% a produção de energia. “O preço da biomassa, antes na casa dos R$ 60 a tonelada, subiu a R$ 200 neste ano. Se o governo reduzir o teto do preço de referência para o mercado livre, a tendência natural é que esse esforço também seja reduzido”, explica.

(Fonte: Valor Econômico)

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