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Práticas conservacionistas geram ganhos ambientais e financeiros

Renato Anselmi, de Campinas, SP

Marcílio Vieira Martins Filho, da Unesp
Marcílio Vieira Martins Filho, da Unesp

As práticas de conservação do solo e da água em áreas de cana-de-açúcar proporcionam benefícios ambientais e financeiros importantes, pois minimizam o risco de erosão e de compactação, diminuem o escoamento superficial de água, evitam a perda de nutrientes e criam condições para a obtenção de uma produtividade (em toneladas por hectare) mais elevada.

Há ganhos significativos que não são, no entanto, mensurados com exatidão. Um deles é o controle da perda dos maiores reservatórios de água potável do mundo: os solos. Este é inclusive o benefício ambiental mais relevante em decorrência da adoção de práticas conservacionistas, segundo Marcílio Vieira Martins Filho, professor da Unesp – Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, campus de Jaboticabal, SP

A preservação desses reservatórios, além de garantir o suprimento de água para as comunidades, plantas cultivadas ou não, animais e prevenir a erosão do solo, evita inundações e assoreamento dos rios, bem como abastece os lençóis freáticos que alimentam os cursos de água – destaca.

Segundo ele, um dos princípios fundamentais do planejamento de uso das terras é um maior aproveitamento das águas das chuvas pela adoção das melhores práticas de manejo para um ambiente, a partir de suas especificidades (qualidades e limitações).

“Com isto evita-se as perdas excessivas por escoamento superficial, pois as práticas podem criar condições para que a água pluvial se infiltre no solo”, enfatiza,

Marcílio Martins Filho utiliza dois exemplos para evidenciar que as práticas conservacionistas são também economicamente sustentáveis. De acordo com ele, uma pesquisa conduzida na própria Unesp demonstrou que as perdas de nutrientes por erosão em todos os cortes (do primeiro ao quinto) em áreas de cana que utilizam práticas de conservação do solo e da água – também conhecida pela sigla CSA – são menores em relação a outras plantações que não adotam esses procedimentos.

O controle de tráfego nos canaviais para se evitar a compactação – afirma – é outra técnica que comprova as vantagens financeiras das práticas conservacionistas. “Pesquisas realizadas na Austrália detectaram aumento de 16% na produtividade e aumento de 30% nos lucros pelo uso do sistema de tráfego controlado quando comparado com o sistema convencional na produção de grãos de sorgo, trigo e milho”, diz.

A matéria completa você acompanha na edição 251 do JornalCana.

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