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Nada mais será como antes

“Nada do que foi será de novo do jeito que já foi um dia”. A canção de Lulu Santos celebrizada por Tim Maia nunca foi tão atual, especialmente quando o tema em questão é gestão de pessoas e de empresas no Brasil. E isto em todos os setores. No caso do sucroenergético, o que está claro é que estamos passando por uma profunda mudança produtiva, proveniente de transformações geradas na conjuntura econômica, no ambiente e nos meios de produção.

A mudança mais evidente está no campo, manifestada pela mecanização das operações e suas consequências ainda não totalmente equacionadas, inclusive na indústria. Traz consigo a adaptação ao ambiente produtivo de duas espécies das quais as usinas são altamente dependentes.

Tendo um genoma que chega a ser três vezes maior do que o humano, com o agravante de que, em vez de duas cópias de cada cromossomo, há de oito a doze cópias, nem sempre iguais, a saccharum officinarum demonstra ser um organismo complexo e que ainda está longe de “moldar-se” aos padrões desenvolvidos pelos esforços humanos.

A segunda espécie é a recentemente denominada pela presidenta como “homem e mulher sapiens”, cujas relações de trabalho vem oscilando entre o conservadorismo rural e o moderno modelo “free lancer”, apadrinhado pelos incentivos sociais e estimulado pelo aquecimento em outros setores da economia. Situação que agora, em tempos de ajuste fiscal, tende a se reverter…

Exatamente a alta exposição a estas duas espécies vivas e a fatores complexos e de baixo controle, como clima e mercado de commodities, nos conduzem à quebra de alguns paradigmas no setor, como o conceito de que uma usina é uma empresa simples de gerir.

Hoje, os investidores e grupos estrangeiros são os primeiros a reconhecer uma usina como empreendimento de altíssima complexidade, mais exigente do que as indústrias de alta tecnologia, automotiva e petroquímica. Mais do que palavras de um político, os números demonstram que os produtores brasileiros de açúcar e etanol são, de fato, verdadeiros heróis e teriam enorme êxito em qualquer outra atividade econômica.

Enfim, são tempos de transformação e mudanças de paradigmas estão evidentes. As empresas e pessoas que estão se adequando melhor a este novo cenário e às dificuldades são aquelas que assumem as mudanças como inevitáveis e antecipam meios de se adaptar e tirar proveito delas.

Prosperarão apenas aqueles que estão dispostos a atuar neste novo ambiente mantendo o foco nos resultados, mas sempre receptivos à inovação. Afinal, quase nada mais será como antes.

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