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Indústria pede reserva para consumo interno

Os novos megaprojetos de exploração e exportação de gás na Austrália estão colocando em lados opostos a indústria e o setor de energia. O problema é que, apesar da previsão de que a produção de gás vai triplicar até 2017, deve faltar gás para o mercado interno. E os preços tendem a subir.

A indústria diz que, como a produção de gás está atrasada, as empresas de energia acabarão usando parte do gás destinado hoje ao consumo interno para cumprir os contratos de exportação já assinados. Haverá, assim, um gargalo no fornecimento para o mercado interno, o que fará o preço do gás dobrar até 2020, segundo projeções.

O setor industrial teme que isso prejudique ainda mais a sua competitividade, já afetada pela valorização do dólar australiano.

“Isso [a alta de preços] fará com que o gás passe de um ativo estratégico a um prejuízo estratégico para os consumidores locais”, diz a Manufactoring Australia, órgão que representa a indústria do país. Segundo projeções da entidade, isso ameaçaria dezenas de milhares de empregos no setor, pois as empresas australianas perderão mercado com a energia mais cara.

A associação pede intervenção do governo para que uma parte da produção, algo como 5%, seja reservada para consumo interno, a preço inferior aos de exportação.

Já a entidade que representa o setor de gás e petróleo é contra essa reserva. “Numa economia avançada baseada em mercados competitivos, como a Austrália, não se deve exigir que um setor subsidie as atividades de outro setor”, disse David Byers, executivo-chefe da Australian Petroleum Production and Exploration Association, durante conferência anual da entidade, na semana retrasada, em Brisbane.

“O benefício econômico de apoiar a nossa indústria supera amplamente a perda do setor de gás”, diz documento da Manufactoring Australia, que alerta que quase US$ 30 bilhões em produção industrial seriam ameaçados com a alta do preço interno do gás.

Mesmo dobrando, o preço interno do gás, segundo dados da entidade industrial, ainda ficaria um pouco abaixo do preço do gás praticado no Brasil.

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