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Índia: preço em alta turbina safra de açúcar

Fixado em 2,3 mil rúpias por tonelada, o preço da cana-de-açúcar na safra 2015/16 da Índia reflete alta de 4,5% em relação à safra anterior. E faz projetar alta na produção de açúcar indiano, apesar da crise vivida pelo setor no país.

“O preço de nenhum produto das principais culturas concorrentes subiu tanto e a elevação média destes foi de apenas 2,8%”, diz João Paulo Botelho, analista da INTL FCStone. “Isto significa que a cultura cana, que já remunera significativamente melhor por hectare que as concorrentes, deve aumentar ainda mais este diferencial.”

A Índia tem uma política de preços mínimos pagos aos agricultores (MSP, na sigla em inglês) de forma a garantir a subsistência, determinados pelo governo central.

O principal determinante na área plantada do país é o preço da cana, que sobe de forma consistente acima das culturas que concorrem mais diretamente por área.

Quebra

Para Botelho, segundo dados disponíveis até o momento é improvável que haja uma quebra muito grande em relação à temporada atual, seja por queda de produtividade ou redução de área.

Quanto à primeira, o clima parece adequado até o momento e fontes locais indicam que os produtores estão muito otimistas quanto aos prospectos iniciais da safra.

No que se refere à área, apesar de não estarem disponíveis dados oficiais de plantio, fontes locais apontam para pouca mudança em relação à safra passada, com os produtores se guiando pelos preços mínimos atrativos da cana.

A produção de açúcar tende a avançar na safra 15/16 na Índia
A produção de açúcar tende a avançar na safra 15/16 na Índia

Perspectiva para os próximos anos

Conforme a INTL FCStone, para as safras seguintes é difícil saber se o governo do país manterá a política de preços elevados da cana e apoio para as usinas com dificuldades.

Isso porque os estoques de outros produtos essenciais para a alimentação vêm caindo significativamente, enquanto os do açúcar subiram muito nos últimos anos.

A relação estoques/uso de arroz caiu de 27,1% em 2011/12 para 11,7% no final de 2014/15. Quanto ao trigo, esta relação caiu de 28,9% para 12,6% na safra atual.

“Esta situação pode levar o governo do país a repensar a prioridade dada à cana na hora de definir os preços mínimos para as próximas safras”, avalia o analista.

Se o objetivo for tornar o setor mais competitivo e aumentar as exportações, há a possibilidade de desregular o preço da cana, assim como o do açúcar foi liberalizado anos atrás. Esta alternativa, entretanto, seria muito impopular perante a maioria da população e de muito difícil aprovação no parlamento do país.

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