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Governo novo, ideias novas para o setor sucroenergético

Após anos de notícias que só têm abatido o setor sucroenergético, iniciamos um ciclo de novas esperanças. Infelizmente, um setor essencial à economia e ao desenvolvimento sustentável do País tem de se apegar às esperanças, diante de um cenário que não vem sendo o mais adequado para seu fortalecimento.

Encerrado mais um ciclo eleitoral – que revigora a força de nossa tão jovem democracia –, nos deparamos com um novo perfil parlamentar nas Assembleias e Câmara Distrital, na Câmara dos Deputados e no Senado Nacional. Serão empossados em 2015 novos ou reeleitos governadores. Já no nível nacional, a presidente Dilma Rousseff foi reeleita para mais quatro anos de mandato.

E é justamente em relação à reeleição de Dilma Rousseff que pairam as maiores preocupações daqueles que atuam em sucroenergia. Teremos mais quatro anos perdidos – diante do lamentável descaso demonstrado pelo governo federal em relação ao segmento produtivo de açúcar e etanol nos últimos quatro anos –, ou podemos alimentar novas esperanças – ante um discurso mais aberto ao diálogo e à união em favor do futuro de nosso País?

As perspectivas, pelo menos neste primeiro momento, não parecem as mais animadoras, já que o setor sucroenergético não é sequer citado no programa de governo da candidata Dilma Rousseff, ao contrário do segmento de petróleo, que está em destaque nas linhas programáticas da gestão que se reinicia em janeiro de 2015.

Por outro lado, o discurso da então candidata à reeleição foi baseado nas perspectivas de mudança. Uma delas, por sinal, já foi indicada: a saída do ministro da Fazenda, Guido Mantega. A expectativa que fica é a de que o setor sucroenergético passe a ser devidamente valorizado.

É evidente que nada “cairá do céu”. A mobilização dos representantes do setor – empresários, gestores, Única, trabalhadores, sindicatos e federações, além da Frente Parlamentar pela Valorização do Setor Sucroenergético – será essencial para a conquista de avanços que garantam a sua sustentabilidade. O diálogo reduzirá divergências entre empresas, trabalhadores e governo, e será a base para que o Brasil volte a ser reconhecido como um País que prioriza o uso das energias limpas.

Os castigos impostos ao setor produtivo de etanol podem ser dirimidos, caso o governo de fato adote medidas já anunciadas. Uma delas seria o aumento do preço dos derivados de petróleo. Mesmo diante da acentuada queda das cotações do óleo cru no mercado internacional, espera-se que, ao menos, volte a ser aplicada a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) sobre os combustíveis de origem fóssil. Esta seria uma medida positiva para promover o equilíbrio de preços para o setor, além de contribuir para reduzir a perda de arrecadação de impostos da União em razão do pífio crescimento econômico do País.

Como se vê, as incertezas ainda são maiores do que as perspectivas positivas. No entanto, deve-se valorizar aquilo que se desenha como possibilidade de estímulo. Mesmo diante de uma desleal concorrência com os combustíveis derivados de petróleo – especialmente em tempos de exploração da província do pré-sal – os diferenciais competitivos do segmento sucroenergético devem ser valorizados e exaltados, em razão da notável vantagem ambiental característica da queima do etanol; da possibilidade de geração de energia elétrica a partir do uso de biomassa da cana-de-açúcar; e da considerável geração de empregos.

Como muitos disseram: fechadas as urnas e apurados os resultados da eleição, a vida segue. Cabe, portanto, aos atores do setor sucroenergético valorizar os ativos desse importante segmento econômico, agir e batalhar em busca do reconhecimento e das condições que permitam o desenvolvimento de fato sustentado do segmento, especialmente diante do discurso defendido pela presidente Dilma Rousseff. Afinal, “governo novo, ideias novas”.

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