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Etanol nas bombas

A alta do preço do álcool combustível, o etanol, nas bombas vem ocupando ultimamente muito espaço na mídia, cabendo-nos um esclarecimento ao consumidor, diante de tantas causas levantadas para a situação. Inicialmente, ressaltamos que o preço do etanol não subiu em função das altas cotações do preço do açúcar no mercado internacional, como tem sido divulgado. A Índia, depois de uma forte seca de dois anos, passou de exportadora para importadora de açúcar este ano, e o Brasil, sem dúvida nenhuma, ocupou esse espaço. O maior problema em relação ao preço, porém, foram as fortes chuvas nos estados produtores do Centro-Sul, a partir de agosto, com redução da oferta do produto no mercado.

Com solo encharcado e barrento, os produtores! não conseguem entrar com as máquinas no canavial. É preciso esperar não só a estiagem, mas que o solo fique seco para reiniciar a colheita da cana depois da chuva. Isso traz perda de tempo para a moagem e a redução da qualidade da cana, o que impacta na menor produção e alta dos preços. A produção prevista para etanol este ano é de recorde, no país e em Minas Gerais: 24 bilhões de litros e 2,3 bilhões de litros, respectivamente. O mix de produção está em torno de 57% da cana moída para a produção de etanol e 43% para açúcar. A maior parte da cana, então, está sendo destinada ao etanol.

É preciso que se diga, também, que o impacto sentido pelo consumidor da alta do etanol na bomba se dá depois de um período de quase dois anos da venda na produção abaixo do custo de R$ 0,77. Devido a isso, o consumidor usufrui de um preço mais baixo do produto em relação à gasolina, o que pode ser visto com a alta no consumo de etanol nos últimos três anos em 223%, passando de 370 milhões d! e litros (2006) para 1,2 bilhão de litros em Minas (previsão para 2009). Porém, no estado, à medida que os preços do etanol sobem, em função de uma redução na oferta devido ao clima ou período de entressafra, e ultrapassam um pouco o custo de produção, pois nenhuma empresa sobrevive vendendo abaixo do custo, o produto fica inviável para o consumidor na bomba frente à gasolina. Isso ocorre porque não existe diferenciação de alíquota em Minas entre o combustível limpo e renovável, o etanol, frente ao fóssil, que é a gasolina.

Diferente de outros estados do Brasil, que estão incentivando o uso de combustíveis mais limpos, Minas mantém a mesma alíquota de 25% tanto para o etanol quanto para a gasolina, ficando os consumidores mineiros sem usufruir de um preço mais em conta para o combustível que polui menos. Enquanto isso, em São Paulo, o imposto é de 12% para o etanol e 25% para a gasolina; em Goiás, 20% para o etanol e 25% para a gasolina; no Paraná, 18% (etanol) e 28% (gasolina! ); o Rio de Janeiro, que praticamente não produz etanol, tem alíquota de 24% para ele e 31% para a gasolina. Não interessa à cadeia produtiva do setor sucroenergético (produtores, distribuidores, postos e consumidor) variações bruscas no preço do etanol. Entendemos que a diferenciação de alíquotas entre o combustível renovável e o fóssil é a melhor solução em benefício do consumidor mineiro e de um ambiente melhor para se viver.

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