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Dólar sobe pelo terceiro dia, diante de cautela com juro americano

O dólar voltou a subir nesta quarta-feira (20), com os investidores à espera da divulgação da ata do Fomc (comitê de política monetária do banco central americano), às 15h (de Brasília), em busca de sinalizações sobre quando a autoridade monetária dos Estados Unidos começará a subir os juros naquele país.

Avaliação de operadores é que a moeda americana deverá manter a trajetória de alta

Às 11h30, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 0,62% sobre o real, cotado em R$ 3,038 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, usado no comércio exterior, operava praticamente estável, com ligeira baixa de 0,06%, para R$ 3,039.

A avaliação de operadores é que a moeda americana deverá manter a trajetória de alta, caso as expectativas sobre o documento do Fomc se confirmem. O mercado ainda está dividido em relação a quando a autoridade americana aumentará os juros nos EUA, especialmente porque os resultados dos indicadores econômicos naquele país têm sido mistos.

Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA -que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco- mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

A Fed Funds Rate (taxa de juro americana) está em seu menor patamar histórico desde 2008, entre 0% e 0,25%, numa medida do Fed (BC dos EUA) para tentar amenizar os efeitos negativos da crise financeira.

Internamente, o otimismo em relação ao ajuste fiscal ameniza um pouco a valorização do dólar. A Câmara dos Deputados aprovou na véspera o texto-base da medida provisória 668, que eleva as alíquotas de PIS e Cofins para produtos importados.

Outros destaques da MP devem ser analisados nesta quarta-feira. Somente após a análise da emendas, a matéria será encaminhada para apreciação do Senado Federal.

As atuações do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio também seguem no radar dos investidores. Nesta quarta, a autoridade monetária brasileira vai rolar para 2016 os vencimentos de 8,1 mil contratos que estão previstos para o início de junho, em um leilão que pode movimentar até US$ 400 milhões. A operação é equivalente à venda futura de dólares.

Se mantiver esse ritmo até o final de maio, o BC rolará apenas 80% do lote total de contratos de swap com vencimento no início do próximo mês, que corresponde a US$ 9,656 bilhões. Nos meses anteriores, a rolagem estava sendo de 100% dos contratos.

BOLSA EM BAIXA

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira opera em queda nesta quarta-feira, influenciado pelas ações de bancos, que têm desvalorização de mais de 1%, e da mineradora Vale.

Às 11h30, o Ibovespa cedia 0,43%, para 55.257 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 900 milhões. O índice fechou os últimos dois pregões no vermelho, influenciado pelo tombo de mais de 8% das ações da Petrobras no período.

Nesta quarta, os papéis da estatal continuam em baixa, embora um pouco mais amena. Às 11h30, os preferenciais, sem direito a voto, cediam 0,46%, para R$ 12,85 cada um. Já os ordinários, com direito a voto, mostravam ligeiro recuo de 0,07%, para R$ 13,74. Na véspera, ambos caíram mais de 6% cada um.

Entre os bancos, o Itaú perdia 1,10%, para R$ 36,75, enquanto a ação preferencial do Bradesco sofria baixa de 1,57%, para R$ 30,54. Os bancos são o setor com maior peso dentro do Ibovespa.

A Vale via seu papel preferencial ceder 1,06%, para R$ 16,71. A mineradora brasileira tem sofrido com a baixa nos preços do minério de ferro negociado no mercado à vista da China, que é o principal destino de suas exportações.

(Fonte: Folha de S.Paulo)

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