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Dólar dispara com disputa política e vai a R$ 2,97

O dólar e as taxas futuras de juros disparam nesta quarta-feira, impulsionados pelo aumento das preocupações com as contas públicas, após novos sinais de crise entre o governo e a base aliada bem no dia em que equipe da Standard & Poor’s (S&P) desembarca no Brasil para começar a avaliar o “rating” soberano do país.

A moeda americana chegou a ser negociada a R$ 2,9745, maior patamar desde agosto de 2004. Nos juros, a diferença entre o DI janeiro de 2021 e o janeiro de 2017 – considerada uma medida de risco – subiu ao maior patamar desde dezembro, denunciando o receio do mercado com as perspectivas para a economia.

Às 10h08, o dólar saltava 1,44%, para R$ 2,9689, depois de bater R$ 2,9745, maior patamar intradia desde 23 de agosto de 2004 (R$ 2,9820). O dólar para abril se apreciava 1,30%, a R$ 2,9945, após alcançar R$ 2,9995 na máxima.

A senha para o mau humor foi a devolução ontem pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), da Medida Provisória 669, que reverteu parte da desoneração da folha de pagamento das empresas. O temor é que o embate político ameace a implementação das medidas fiscais propostas pela equipe econômica liderada pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, colocando em risco a nota de risco de crédito soberano do Brasil.

O agravamento na tensão entre governo e base aliada se dá exatamente no dia em que representantes da S&P desembarcam no Brasil para começar as avaliações sobre a nota de crédito do país. As três principais agências de risco, incluindo Moody’s e Fitch, vêm alertando sobre a necessidade de políticas fiscais mais austeras para a manutenção do “selo” de bom pagador do Brasil.

Numa tentativa de acalmar os ânimos, a presidente Dilma Rousseff receberá hoje líderes dos partidos da base aliada no Senado e na Câmara dos Deputados.

O revés na proposta fiscal pode provocar ajustes ainda nas apostas do mercado quanto ao aperto na política monetária, já que sem uma política fiscal mais austera o Banco Central pode ter de ampliar o ciclo de alta da Selic para debelar a inflação.

O BC anuncia hoje à noite a decisão sobre o juro básico. A expectativa majoritária do mercado é de alta de 0,50 ponto percentual, para 12,75% ao ano.

Às 9h53, o DI janeiro de 2016 subia a 13,180% ao ano, contra 13,109% no ajuste anterior e máxima hoje de 13,220%. O DI janeiro de 2017 avançava a 13,030%, ante 12,869% no último ajuste e pico hoje de 13,080%. O DI janeiro de 2021 tinha alta a 12,660%, frente a 12,429% no ajuste da véspera e máxima hoje de 12,690%.

(Fonte: Valor Econômico)

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