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Crise faz Usina Paineiras moer só 25%

Com capacidade instalada de moagem de 1,2 milhão de toneladas de cana-de-açúcar, a Usina Paineiras, localizada em Itapemirim (ES), moerá na safra em andamento apenas 25% dessa capacidade.

O motivo dessa baixa, segundo a assessoria da Paineiras, é da crise na indústria de beneficiamento de cana. Além da região Norte do Espírito Santo, o problema afeta também a região Sul, onde a companhia está instalada.

A crise não afeta apenas internamente a Usina Paineiras. Segundo a empresa…

… ela, por ser uma das maiores do setor no Espírito Santo, sustenta mais de 15 mil empregos na região de Itapemirim.

O impacto da situação afeta diretamente os setores de comércio e de serviços. Conforme o Clube de Diretores Lojistas de Marataízes e Itapemirim, em relato da assessoria da usina, a atividade do setor sucroenergético só perde para a de turismo em importância para a economia regional.

“No ano passado, a Usina Paineiras moeu 780 mil toneladas. Neste ano, serão 300 mil, sendo que a capacidade é de 1,2 milhões de toneladas”, afirma o diretor de Negócios da empresa, Antonio Carlos de Freitas.

Colheita para a Paineiras: moagem em queda (Foto:Divulgação)
Colheita para a Paineiras: moagem em queda (Foto:Divulgação)

Quebra

Grande parte dessa redução foi devida às perdas dos pequenos produtores locais de cana, que na estiagem dos últimos meses amargaram mais de 90% de quebra na safra.

Eles são cerca de 500 agricultores familiares no litoral Sul, e mais de 90% deles dedicam-se exclusivamente à produção de cana-de-açúcar.

 

“Além do descontrole do clima aumentando todos os anos, temos a ausência de auxílio federal, que há três anos consecutivos concede subsídios a pequenos produtores de cana de outros estados pelos mesmos motivos que os nossos, mas não nos contempla”, afirma, em relato à imprensa, Gilberto Fernandes, presidente da Cooperativa Agrícola dos Fornecedores de Cana (Coafocana), representante dos produtores de Marataízes, Itapemirim e Presidente Kennedy.

O diretor da Usina Paineiras destaca outro agravante da crise no setor: a política federal de controle de preços da gasolina, que ao longo da última década impediu a recomposição de preços do etanol para pelo menos cobrir os crescentes custos dos produtores rurais e das indústrias de açúcar e etanol. “Os últimos anos têm sido os piores da história do setor sucroalcooleiro brasileiro”, afirma Antonio Carlos de Freitas.

 

 

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