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Com safra de cana maior, Brasil busca impulsionar etanol

O Brasil elevará a produção de etanol na próxima temporada, uma vez que a safra de cana deve aumentar, os preços do açúcar se enfraquecem com a grande oferta global e as políticas de governo reanimam a demanda pelo biocombustível, disse o diretor-técnico da associação que reúne a indústria nesta terça-feira à Reuters.

O etanol estará no foco na temporada 2013/14, seguindo uma agressiva renovação dos canaviais, o que deve elevar a produção de cana do centro-sul em 10 por cento, disse Antonio de Padua Rodrigues.

Um recuo na produção de cana na temporada anterior (2011/12) levou o governo a reduzir em 2011 a mistura do etanol à gasolina para 20 por cento, ante 25 por cento, mas o percentual deverá ser restaurado em 1o de junho ou até antes, assim têm falado as autoridades a Padua, como o executivo é chamado.

Ele disse que a safra do centro-sul em 2013/14 poderá atingir um recorde de 585 milhões de toneladas em termos de esmagamento, se tudo ou quase tudo for processado, mas isso se o clima se estiver seco o suficiente para permitir um rápido avanço da colheita.

“Nós teremos uma temporada mais focada no etanol com oportunidades de faturamento maior do que no ano passado”, disse Rodrigues, estimando que 53 a 54 por cento da safra de cana deverá ser destinada ao etanol, contra 51 por cento da temporada 2012/13. O restante segue para produção de açúcar.

“Não há espaço para o Brasil exportar mais açúcar do que no ano passado, então a opção é o etanol”, disse Rodrigues.

O mercado global de açúcar está confortavelmente abastecido. Os futuros de Nova York para entrega em março recuaram para os menores preços de 2 anos e meio nesta semana, para cerca de 18,30 centavos de dólar por libra-peso.

O maior produtor mundial de açúcar exportou 24,3 milhões de toneladas da commodity, tanto bruto como refinado, em 2012.

A recuperação da produção de cana, que caiu em 11/12 depois de atingir o recorde de 556 milhões de toneladas na safra 10/11, deverá permitir que o etanol recupere participação no mercado de combustíveis, depois que ele perdeu competitividade frente à gasolina quando a oferta se ajustou.

O setor de etanol cresceu com velocidade vertiginosa, começando uma década atrás com o advento dos carros flex-fuel. A euforia quanto à demanda levou as usinas a se alavancarem pesadamente.

O setor passou por período complicado em 2008 com a crise financeira, deixando muitas usinas com dificuldades para cobrir seus pesados débitos quando a oferta de crédito secou.

Novos projetos de usinas novas foram engavetados e grupos mais opulentos assumiram muitas usinas administradas por grupos familiares que estavam em dificuldades financeiras.

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