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Cinco empresas estão na disputa pelas usinas do Grupo Ruette

Cinco investidores assinaram acordos de confidencialidade com a Antonio Ruette Agroindustrial, mais conhecido como Grupo Ruette, para negociar a aquisição de seus ativos sucroalcooleiros. Conforme antecipou o Valor PRO, serviço de informações em tempo real do Valor, as gestoras Black River e Brookfield e os grupos sucroalcooleiros Guarani, Nardini Agroindustrial e Santa Isabel estão no páreo.

As empresas têm até o dia 5 de junho para apresentar suas propostas. Outros dois grupos estrangeiros, um americano e outro asiático, também solicitaram informações sobre a companhia e devem recebê-las ainda nesta semana, de acordo com fontes do mercado.

Com duas unidades industriais no Estado de São Paulo, que somam uma capacidade de moagem de 3,6 milhões de toneladas de cana, o Grupo Ruette foi posto à venda em abril, depois de um acordo (“standstill”) com credores financeiros. Antes disso, a empresa havia apresentado oficialmente um pedido recuperação judicial, mas voltou atrás após a assinatura desse acordo, que a “blindou” de cobranças e protestos (pelos credores signatários) por 180 dias.

O grupo tem dívidas de R$ 600 milhões e estima-se que suas duas usinas possam ser vendidas por um valor próximo a esse endividamento. Conforme fontes do segmento, o desfecho da negociação não será necessariamente a venda das duas usinas para um único player. A visão de pessoas próximas à empresa é que faz mais sentido negociar as usinas separadamente, na medida que cada uma delas agrega um valor diferente a cada pretendente, em virtude das sinergias em potencial.

Uma das sete usinas da Guarani, controlada pela Tereos Internacional, está a 40 quilômetros de uma das unidades da Ruette. Mas ao lado também está uma usina da Nardini. A outra unidade à venda está em Ubarama, mais próxima da usina Santa Isabel, em Novo Horizonte.

Conforme apurou o Valor, no fim das contas os atuais acionistas do Grupo Ruette poderão inclusive manter uma participação acionária no negócio, desde que consiga atrair um sócio estratégico que assuma a parte correspondente da dívida do ativo que adquirir.

A reportagem apurou, ainda, que o Grupo Ruette também considera colocar em ação um plano de pagamento dos credores – que prevê a amortização da dívida em oito anos – caso, após o período de vigência do acordo, a venda das usinas não seja efetivada.

Procurada, a usina Santa Isabel não retornou as ligações. A Nardini Agroindustrial enviou nota na qual afirma que, em função da situação econômica que atravessa o segmento sucroenergético, está focada em realizar suas atividades já existentes. Brookfield e Black River não comentaram.

O diretor para o Brasil do grupo Tereos, Jacyr Costa Filho, afirmou que uma possível negociação para a compra de ativos do Grupo Ruette “não está no radar” da sua controlada Guarani, uma das maiores companhias da área. O executivo disse que o foco da empresa é melhorar a produtividade e os resultados da operação sucroalcooleira, apesar de não descartar avaliar ativos caso haja oportunidade “que faça sentido”.

Em meio às negociações de venda de suas usinas, o Grupo Ruette também está tendo que administrar execuções de bens movidas por bancos que não aderiram ao “standstill’ – ou seja, não precisam respeitar o acordo de não cobrar o montante que têm a receber ou seus juros. Nessa situação estão o BNP Paribas, o Safra e o Bicbanco. Juntas, essas instituições têm a receber cerca de R$ 60 milhões, e para isso estão buscando o arresto e a penhora de bens.

Fonte: (Valor Econômico)

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