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BP vê expansão de biocombustível nos EUA e Brasil

A BP está centrando esforços nos biocombustíveis de cana-de-açúcar no Brasil e de gramíneas nos Estados Unidos, represando por ora investimentos em outras regiões, disse nesta quinta-feira um diretor executivo sênior do grupo global de energia.

James Primrose, chefe de estratégia da BP Biofuels, disse que incentivos do governo e regulações mais claras sobre energia alternativa são vantagens das Américas neste setor, comparado a regiões da Europa e Ásia onde o terreno ainda é incerto.

“Nossos planos de crescimento são ambiciosos”, disse ele à Reuters no intervalo de uma conferência sobre o etanol realizada em Genebra, um centro europeu para comércio de commodities.

“Para que possamos realizar nossos planos, temos que focar nestes mercados primeiro, onde há clareza regulatória e vantagens de custo com matéria-prima”.

Em julho, a BP anunciou a compra da tecnologia desenvolvida por sua parceira Verenium, por US$ 98 milhões, na qual assumiu a operação da tecnologia de biocombustíveis à base de celulose.

A unidade de biocombustível da companhia planeja ampliar seu engajamento no Brasil, dada a alta qualidade e custo relativamente baixo de cana-de-açúcar, disse Primrose sem dar mais detalhes.

Nos Estados Unidos, o executivo da BP disse que o apoio do governo aos biocombustíveis à base de celulose estimulou aos investidores. “Com relação a isso, em termos de clareza nas regulações, os Estados Unidos são mais favoráveis que a Europa”, disse ele.

A BP é particularmente otimista quanto ao potencial das gramíneas energéticas, especialmente no sudeste dos Estados Unidos, região de clima úmido e quente e vastas fazendas que resultam em rápido crescimento das plantas que podem produzir etanol de celulose.

A companhia já identificou no sul dos Estados Unidos uma área alvo para os biocombustíveis, depois do vazamento no Golfo do México, disse Primrose. “Os eventos muito desafortunados no Golfo apenas reforçaram o compromisso com combustíveis alternativos e, particularmente, biocombustíveis”, disse.

Primrose também citou forte potencial para o biobutanol, uma molécula produzida a partir do milho, trigo, cana-de-açúcar e outras matérias-primas que podem funcionar bem nos carros e caminhões.

A BP está trabalhando com a DuPont neste biocombustível. Na quarta-feira, as companhias inauguraram o primeiro laboratório no Brasil para conduzir pesquisas e desenvolver o produto no Brasil.

“Biocombustíveis como o biobutanol podem permitir que se continue a aumentar o uso de biocombustíveis sem necessidade de planejar novos veículos”, disse. “É possível usar as mesmas instalações -para o milho nos Estados Unidos, trigo na Europa e cana-de-açúcar no Brasil- e converter estas instalações para o biobutanol”.

Questionado sobre a domínio das grandes companhias energéticas em biocombustíveis, depois dos investimentos da Exxon Mobil, Petrobras e outras, Primrose afirmou que o tamanho não confere vantagem.

“É verdade dizer que as companhias de petróleo existentes têm acesso tanto a fundos como o alcance para empregar estas tecnologias”, ele disse. Na conferência do etanol, nesta quinta-feira, Primrose também disse que biocombustíveis viáveis precisam ser produzidos em larga escala”.

“Opções de nicho não resultarão no tipo de solução que são requeridas para o ritmo do transporte rodoviário. Opções de nicho também não são atrativas para companhias do tamanho e escala da BP”, acrescentou.

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