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Artigo: energia veicular II – Conclusão

2012-09-11 Renato Cunha

Em Pernambuco, a indústria de cana-de-açúcar é pioneira, e, durante muitos anos e séculos, foi o sustentáculo de nossa economia. Essa Agroindústria plural denota o seu “pertencimento” a nosso Estado, em vários aspectos das nossas vidas, desde a história, passando por outros legados, tais como: casario arquitetônico, folclore, culinária e turismo, até a maciça geração de empregos, tributos, renda e exportações, onde continua liderando, com peso de cerca de 40% na Pauta de Comércio Internacional e beneficiando o Estado na lei Kandir, além de irrigar um imenso entorno, onde interage com universidades na formação de capital humano, com pesquisas em genética e evoluindo continuamente em logística, sobretudo com a montagem de novo terminal de exportações de açúcar em Suape, além da relevante contribuição na geração de energias, oriundas de pequenas Centrais Hidrelétricas e da Biomassa do Bagaço, dentro do econômico conceito de fornecimento de energia distribuída, que minimiza perdas significativas entre geração e o consumo.

Essa indústria vem resistindo a ser relegada a tamanho não condizente com a consciência ambiental do mundo contemporâneo, tentando racionalizar seu tamanho, ainda mais nessa fase de desestímulos, em todo o País, a fim de ultrapassar esse insidioso ciclo, imposto por uma política que seguramente não se perpetuará, inclusive por ferir a inovação e as tecnologias ambientais no mercado mundial de energias.

Com foco e muita determinação, estamos integrando frentes de trabalhos para essa reversão de contexto, inclusive com o nosso Fórum Nacional Sucroenergético, que conta com 16 estados produtores, em busca de resultados a partir de uma agenda nacional prospectiva, integrada por temas, tais como: Criação em novas bases para uma Cide – Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico, com caráter Ambiental, tributando gradualmente com mais ênfase os combustíveis poluentes; Incentivos de redução do IPI, na fabricação de automóveis híbridos verdes, mais econômicos e com mais eficiência energética, movidos a eletricidade e etanol; Estímulos aos veículos flex, com tecnologia mais moderna e inovadora, ora em testes no continente Europeu onde atingem a mais de 78%, não se restringindo aos atuais 70%, na paridade de competitividade com a gasolina; Racionalidade de uma política com critérios transparentes e mais previsíveis para os preços dos combustíveis fósseis; Controle Prévio do fluxo de Mercado Internacional de Combustíveis no País, inclusive face aprimoramento da programação da Balança de Divisas; Precificação das Energias da Bioeletricidade com tarifas segregadas por fontes e com incentivos para que os prazos de retornos, vis-à-vis níveis de tarifação, não sejam superiores a mais de dez anos, enquanto o nível de preços das energias do mercado “spot”, como atualmente, são superiores em mais de 5 ou 6 vezes à remuneração das Fontes Limpas, pervertendo a lógica do mercado contratual apresentar melhores condições do que o eventual; Estudo de mensuração para recuperação e compensação indenizatória das perdas de preços verificadas desde 2008/2009.

Trata-se, assim, de um elenco de medidas emergenciais, combinadas com aquelas mais estruturantes, constituindo-se esse conjunto, adequada e eficiente alavancagens para a geração de economia preventiva nos estoques de Energias Limpas, para um país que almeja mais independência em seu crescimento com sustentabilidade.

*Renato Cunha é presidente do Sindaçúcar/PE e vice-presidente do Forum Nacional

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