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Área de recarga do aquífero levará 4 anos para se recuperar da seca

Fotos: Roberto Galhardo
Foto: Roberto Galhardo

Praticamente seca em decorrência da estiagem recorde, a área de recarga do aquífero Guarani, em Ribeirão Preto, deve voltar ao normal apenas daqui a quatro anos.

A estimativa é do CBH-Pardo (Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo).

A lagoa do Saibro, na zona leste, já rebaixou pelo menos dez metros, segundo o químico Paulo Finotti, vice-presidente do comitê.

A área é responsável por absorver a água da chuva, que vai até o lençol freático, onde está o aquífero.

O manancial subterrâneo abastece toda a cidade.

De acordo com Carlos Alencastre, diretor do Daee (Departamento de Águas e Energia Elétrica), a consequência desta seca será percebida ao longo dos anos.

“De imediato, a população não irá sentir os efeitos porque é subterrâneo”, afirmou.

Segundo ele, é necessário que o município já comece a captar água do rio Pardo.

Para Finotti, Ribeirão entra num processo de “contenção”. “Sem recarga, é preciso reduzir o consumo de água imediatamente.”

Dados do Daerp (Departamento de Água e Esgotos de Ribeirão Preto) apontam que o consumo teve alta de 8% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2013.

Foram 28,7 bilhões de litros neste ano, ante os 26,7 bilhões no ano passado.

O consumo médio diário por cada habitante, segundo a autarquia, é de 256 litros –mais que o dobro do recomendado pela OMS (Organização Mundial da Saúde), que é de 120 litros.

Entretanto, segundo Finotti, é preciso um “choque de gestão” na prefeitura. “A perda de água na rede é muito grande.”

O governo calcula a perda em 40%. Ou seja: quase metade da água é desperdiçada pelo próprio município.

Para agravar a situação, a área do Saibro e sua margem estão se tornando alvo de despejo irregular de lixo.

A Folha esteve no local nesta segunda-feira (25) e encontrou jogados sacos plásticos, garrafas pet, embalagens e até um sofá.

Os objetos foram encontrados 14 dias depois de a prefeitura ter feito uma limpeza na área e retirado cerca de 500 quilos de materiais.

Sem planejamento

Apesar da estiagem prolongada, a crise no abastecimento é resultado da falta de planejamento. Como exemplo, o Daee aponta Tambaú, onde foi decretado estado de calamidade pública no dia 19.

Nesta segunda, técnicos do departamento estiveram na cidade para iniciar o processo de outorga de novas fontes de abastecimento.

Entre elas estão o rio Clarinho e o córrego do Macuco, ambos de forma emergencial.

(Fonte: Folha de S. Paulo)

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